Falta de passageiros tira lanchas da rota de Parintins

Falta de passageiros tira  lanchas da rota de Parintins Foto: Neudson Corrêa Notícia do dia 07/09/2015

Lanchas que fazem o trajeto Parintins/Manaus registram nessas últimas semanas um baixíssimo número de passageiros. Viagens já tiveram que ser canceladas devido a falta de pessoas para transportar. Profissionais da área afirmam que é uma das piores crises já vividas nos últimos vinte anos.

 

Só nestas duas semanas foram canceladas duas viagens de lanhas entre Parintins/Manaus pelo mesmo motivo, falta de passageiro. De acordo com uma agência de viagem, que pediu para não ser identificada, são vendidas pouquíssimas passagens, que não são suficientes para cobrir os gastos da empresa e, portanto, os proprietários das lanchas preferem desistir do trajeto.

 

A agente conta que, em alguns casos, os donos dos veículos fluviais alegam problemas no maquinário, mas na verdade, a dificuldade está em conseguir passageiros suficientes para cobrir as despesas e ter certo lucro. “Nunca vi uma situação como essa. Sempre depois do festival tem uma queda, mas não tanto assim”, revela.

 

De acordo com administrador do Porto de Parintins, Helyandro Tavares, de oito lanchas, quatro deixaram de operar na rota Parintins devido a baixa de passageiros. Duas lanchas, uma com capacidade para 110 pessoas e outra com 271 lugares, abandonaram o trecho que inclui Parintins. “Algumas lanchas pararam de fazer a rota Parintins/Manaus/Parintins por conta dessa crise que está afetando muito nossa cidade”, afirma.

 

Com 25 anos de trabalho no setor de vendas de passagens, Mozart Júnior conta que o movimento enfraqueceu mais de 40%. Segundo ele, quando as pessoas deixam de viajar é porque a situação está difícil e não faturam dinheiro algum na cidade. Ele destaca outro indicativo no porto que aponta a crise no setor econômico: “caminhões parados indicam comércio parado”.

 

Os barcos também passam por dificuldades para alcançar a lotação de passageiros. Baratear os preços das passagens, cobrar as refeições e entre outras medidas são estratégias das embarcações para não registrar prejuízo. “Antes a gente lotava os barcos um dia ou dois dias antes, agora chega no dia a gente tem que correr atrás de passageiros e diminuir o preço das passagens”, conta.

 

Por Eldiney Alcântara/Repórter Parintins

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