Foto: Arquivo JRP
Notícia do dia 26/08/2015
O desmatamento na Amazônia diminuiu 15% no período de agosto de 2013 a julho de 2014. As taxas consolidadas apuradas pelo Projeto de Monitoramento de Desmatamento da Amazônia Legal (Prodes), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram divulgadas há duas semanas, em Brasília, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebello, da Ciência, Tecnologia e Inovação.
De acordo com o superintendente substituto do Ibama no Amazonas, Geandro Pantoja, o órgão está trabalhando intensamente para prevenir e combater o desmatamento. Geandro diz para o REPÓRTER PARINTINS que o instituto está com equipes em campo praticamente o ano todo nas regiões críticas e que a fiscalização consiste em detectar os desmatamentos, identificar e multar os responsáveis, e embargar essas áreas para que a floresta se regenere naturalmente. “Como estratégia de dissuasão procuramos também descapitalizar os infratores, através da apreensão e até destruição de máquinas, motosserras e veículos”, comenta.
No Amazonas foi constatada a redução de 14% no desmatamento entre os anos de 2013 a 2014. A taxa foi ainda maior nos anos de 2004 a 2013, em torno de 59%.
O Prodes registra os números oficiais do desmatamento no bioma Amazônia. O compromisso do País é chegar em 2020 a 3.915 Km2 de redução. As taxas estão em torno de 5 mil nos últimos quatro anos. A ministra Izabella Teixeira acredita que será possível antecipar a meta voluntária do Brasil. “Temos muito orgulho de termos a segunda menor taxa de desmatamento”, avaliou. “O Brasil é o país que mais reduz a emissão de gases de efeito estufa no mundo.”
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Marca Importante
Para a ministra, essa é uma marca importante, mas ressaltou que ainda há muito a fazer. “Temos que trabalhar mais para acabar com o desmatamento ilegal; para concluir o Cadastro Ambiental Rural (CAR); para usar essa base de dados como referência para todas as informações sobre solo no Brasil; e para desenvolver as bases econômicas para a nova economia sustentável no Brasil. Sempre com a ciência e a tecnologia ao nosso lado, o que dá uma maior transparência para as políticas públicas e tomadas de decisão. Isso não é trivial, mas o Brasil vai fazer”, destacou.
Izabella informou, ainda, que o Acre será o primeiro Estado a compartilhar seus dados de supressão legal de vegetação com o Ministério do Meio Ambiente. O registro de supressão legal é importante para a terceira fase do Programa de Proteção e Controle do Desmatamento na Amazônia. O sistema de monitoramento capta o desmatamento sem discriminar sua parte ilegal daquilo que é permitido pelo Código Florestal. “Suprimir vegetação sem autorização, em áreas de preservação ambiental ou reserva legal é crime que continuará sendo combatido com rigor”, lembrou ela.
O CAR, que já cadastrou 59% dos imóveis rurais do País, já prevê que o programa de recuperação florestal pode chegar a 12 milhões de hectares. O Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estão mantendo entendimentos para desenvolver um sistema que permita registrar a recuperação dessa área.
“Vamos deixar de ter uma taxa de desmatamento para ter um taxa de restauração. Do ponto de vista do carbono, você deixa de emitir carbono e passa a capturar carbono. Essa é a nova trajetória que o Brasil terá de construir”, acrescentou a ministra. Mais de 50% dos imóveis registrados no CAR pediram adesão ao Programa de Recuperação Ambiental (PRA), criado para reconstituir o que foi degrado.
Por: Paulenir Constâncio e Marta Moraes