O outro lado LIXO

O outro lado LIXO Foto: David Xavier Notícia do dia 18/07/2015

Em 1978, exatamente no dia 1º de agosto foi aprovado o Código de Postura do município de Parintins, neste documento constavam as medidas Político Administrativas que ficariam a cargo do poder público. Desde então, o serviço de limpeza das ruas, praças e logradouros públicos ficou a cargo da Prefeitura ou por concessão.


Quais caminhos percorreu o lixão?
Em 1979 em função do crescimento populacional, começaram as primeiras discussões para determinar uma área para a destinação final do lixo, pois a população cresceu e o hábito de queimar o lixo no quintal de casa não era a melhor alternativa; a cidade ficava infestada de fumaça.

 

A primeira área onde era jogado o lixo ficava na comunidade do Parananema, exatamente ao lado do aeroporto Júlio Belém, mas a área era longe demais e na mesma década a lixeira foi transferida para o lado do Parque de Exposição Luiz Lourenço de Souza.

 

Ninguém nunca tratou essa questão como prioridade no decorrer de exatos 36 anos, coincidência ou não, minha idade.

 

A população cresceu, e com isso a demanda por direitos básicos como saúde, moradia, educação, coleta de lixo e outros também começou a ter uma exigência maior. Nesses 36 anos, podemos considerar que, mais ou menos de três anos pra cá, tivemos um apoio incondicional, as redes sociais. Sempre tivemos voz, o que faltava era um meio de comunicação que conseguisse agregar todas as opiniões, de forma que nenhum cidadão fosse excluído. Agora, parece que, podemos protestar e divulgar.

 

Desde 2001 quando comecei a trabalhar na Universidade do Estado do Amazonas, discutimos, pesquisamos, intervimos para que o problema do lixão tivesse atenção do poder público. Quem fez faculdade no Centro de Estudos Superiores de Parintins sabe o que é disputar espaço com moscas, urubus, ratos e até cobras. Sem contar com o odor, que em época de chuva, torna o problema pior ainda.

 

Quem não mora, e quem não tem que trabalhar ao lado do lixão, vai considerar sempre o ponto de vista de que isso é uma manobra política. E não é! Reafirmo, e temos como comprovar, que sempre buscamos durante todos esses anos a frente da direção da Universidade/CESP, meios pacíficos de resolver o problema. Só que, há alguns dias atrás, por um problema em um dos carros coletores (segundo informações) quebraram a cerca que fica a menos de 10 metros do auditório do Centro (atrás da Universidade), jogaram lixo mesmo depois de tentativas frustrantes de impedir a ação. Hoje a cerca está refeita, isso só foi possível porque a própria universidade teve que fazer o serviço.

 

Aqui está o relato de um cidadão que não nasceu em Parintins, mas constituiu família e consolidou sua carreira profissional nesta terra e, por esta terra, tem a obrigação de fazer sua parte!

 

David Xavier
Professor/Advogado/Pai de Família/Cidadão de Parintins

 

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