A múltipla face da POLÍTICA

A múltipla face da POLÍTICA Notícia do dia 07/06/2015

Espere, não deixe de ler. Eu sei que você não suporta ouvir esta palavra, que isso, hoje, é quase sinônimo de corrupção. Mas saiba que você está errado! Você sabia que todos fazemos política todos os dias? Política pode ser a governança de um Município, Estado e de uma Nação ou ainda negociação para compatibilizar interesses.

 

Aprendemos política como negociação dentro de casa desde que nascemos, toda interação humana necessita de negociação, entre casais, entre pais e filhos, irmãos, tios, amigos e etc. A política, portanto, é algo inerente e indissociável a todo ser humano.

 

Na política como governança, tem a política como forma de atuação de um governo em relação a determinados temas sociais e econômicos de interesse público: política educacional, política de segurança, política salarial, política habitacional, política ambiental, etc.

 

Existem os sistemas políticos que são a forma de governo que governa um País. Monarquia e República são os mais comuns. E mesmo estes sistemas podem ter diferenças ao nível da organização. Por exemplo, o Brasil é uma República Presidencialista (O comando é de um presidente), enquanto Portugal é uma República Parlamentarista (O comando é do Parlamento, apesar de existir presidente).

 

A política partidária tem como objetivo a aglutinação de pessoas em torno de uma ideologia e com a finalidade de defender classes sociais e políticas públicas voltadas para as minorias. Por exemplo, o PDT (Partido Democrático Trabalhista) que tem como principais bandeiras, a educação, a defesa dos direitos trabalhistas e outros.

 

Dentro das empresas também existem políticas, como, por exemplo, a política de contratação que define critérios para contratação de pessoas com deficiência ou não contratação de mulheres com filhos menores de 3 anos.

 

Tudo o que foi apresentado acima é a política pura, simplesmente como organização, seja a nível pessoal, empresarial e governamental. Não existem deturpações e nem mau uso das leis. O mau uso acontece na prática. A política que a maioria dos brasileiros sente aversão é aquela praticada por nossos representantes: presidente, senadores, deputados federais, deputados estaduais, governadores, prefeitos e vereadores são eleitos por todos nós, povo, com o intuito de nos representarem, criarem leis a favor da maioria e das minorias da população e fiscalizar as ações do Executivo e administrarem o Poder Público. Mas o que acontece depois de eleitos é diferente, o que se debate nas Câmaras são na maioria das vezes interesses pessoais, na hora de se votar novas leis pouco se olha para as necessidades do povo ou das classes sociais que a lei vai interferir diretamente, vota-se simplesmente defendendo o Governo ou contra o governo.

 

A Administração pública é usada para enriquecer os amigos do poder e quem está no poder, nas licitações o objetivo é beneficiar algumas empresas e não comprar os melhores produtos ou serviços para atender a população. Os partidos hoje não defendem mais uma ideologia, os filiados não possuem interesses em comum, o único interesse é ter uma legenda para concorrer nas eleições, os partidos são escolhidos de acordo com a conveniência dos grupos de políticos que querem se perpetuar no poder, servem a estes grupos apenas por seu tempo de televisão durante os horários políticos gratuitos.

 

Todo este cenário leva à falta de credibilidade do povo em relação aos políticos, o que estamos vendo em todos os setores da sociedade brasileira hoje é reflexo da falta de retorno da administração pública, apesar de pagarmos uma das maiores taxas de impostos do mundo e de nossa constituição nos prometer saúde, educação e segurança de qualidade os governos nos entregam uma saúde doente, uma educação fantasiosa e uma segurança insuficiente.

 

Mas estamos vivendo uma expectativa de uma reforma política que tramita no Congresso Nacional, o que realmente significa esta mudança? Neste espaço, vamos trazer para você a cada semana quais as novas propostas e como funciona atualmente o nosso sistema eleitoral. Uma semana abençoada a todos nós.

 

Harald Dinelly (Administrador de Empresas)

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