Mais funcionários de posto podem ter envolvimento com desvio de combustível

Mais funcionários de posto podem ter envolvimento com desvio de combustível Foto: Gerlean Brasil Notícia do dia 16/03/2015

Investigadores do 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP) continuam as investigações sobre a participação de mais funcionários do Posto Oliveira, localizado no bairro Francesa, no esquema de desvio de combustível. Presos no dia 12, o frentista Eder Luiz Menezes Barreto e a atendente Maria Geisiane Gomes Cidade foram indiciados por furto qualificado, enquanto Israeno Abecassis Azedo por receptação.

 

Ao fechar a primeira etapa da investigação do caso, a delegada Ana Denise Machado afirma que atrás do posto funcionava uma venda clandestina de combustível. “Lá encontramos 200 litros de diesel. Acreditamos que tem mais gente e o inquérito ainda não encerrou. Investigamos a conduta de mais funcionários envolvidos no desvio”, alerta. O frentista confessou em depoimento que todos os funcionários fazem a prática.

 

De acordo com a delegada, Eder Barreto revelou que Israeno Azedo propôs o furto. A funcionária do posto Maria Geisiane Cidade contou a delegada que recebia certa quantia do frentista para ficar calada. O crime de receptação qualificada tem pena de 3 a 8 anos, conforme o artigo 180 do Código Penal Brasileiro (CPB). Somente juiz pode arbitrar fiança para o indiciado responder processo em liberdade.

 

O empresário Natal Oliveira, proprietário do posto, calculou prejuízo de cerca de R$ 50 mil, porque a quadrilha agia há mais de cinco meses. Para ele, o receptador incentivava a prática de desvio de combustível do posto. “Pelas imagens, ele procurava o mesmo frentista. Agora, descobrimos mais outro frentista. O receptador procurava os frentistas para fazer o esquema de desvio de combustível”, ressalta.

 

Como funcionava o esquema

O dono do posto verificou que provocavam um distúrbio nas bombas de abastecimento. “Com esse distúrbio, faziam com que o combustível saísse sem contar a quantidades de litros. Quer dizer, eles abasteciam 100, 200, 300 litros e a conferência era zero, tanto na bomba de requisição, quanto de a vista. A partir de fevereiro intensificamos o controle e conseguimos desvendar o que estava acontecendo”, explica.

 

Embora tivesse câmeras no posto, Natal Oliveira assegura ter sido difícil desvendar o desvio. “Existem vários fatores que podem fazer o sumiço de combustível. Procuramos de um por um. Chegamos a um certo momento que realmente não entendíamos o que era feito. A gente via o produto sumir e não sabia por onde saia. Até que em determinado dia da semana fizemos uma espécie de isca”, frisa.

 

Com a estratégia, o proprietário flagrou o esquema. “Em um domingo, deixei o tanque de combustível de diesel secar. No outro dia, em seguida, coloquei uma quantidade de 5 mil litros. Com dois dias, acabou o produto. Temos todo acompanhamento. Fui fazer cálculos. Nesse período que botei os 5 mil litros e que acabou, nossa venda somava só 3.900 litros. Mais de 1 mil litros tinham sumido”, constatou.

 

O receptador caminhava até o posto com carotes de 50 litros para abastecimento. “Começamos a verificar as bombas e as filmagens, minuto por minuto, segundo por segundo. Ai nos deparamos com o esquema do distúrbio. O receptador mora atrás do meu posto. Ele vinha com dois ou três, fazia o abastecimento, voltava e deixava em certo lugar. Teve noite que ele desviou 400 litros”, avalia Natal Oliveira.

 

Gerlean Brasil para o Repórter Parintins

 

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