Obra da Paraíba prejudica feirantes da Zezito Assayag

Obra da Paraíba prejudica feirantes da Zezito Assayag Fotos: Igor de Souza Notícia do dia 16/02/2015

A feira Zezito Assayag, localizada na avenida Paraíba, bairro Itaúna II, está há mais de seis meses sem funcionamento. Aproximadamente 30 feirantes utilizavam os boxes para vender peixes. Parte do estacionamento era ocupada por barracas de produtos da agricultura da região. Ano passado, a feira foi afetada diretamente pela cheia e prejudicada pela obra de elevação da avenida.

 

Sem alternativa para trabalhar, os feirantes alugaram outros pontos na cidade ou improvisaram barracas no meio de ruas próximas ao local fixo de trabalho, no período da enchente. Com a vazante eles ficaram impedidos de voltar à feira porque a obra da Paraíba estava em andamento. Os feirantes reclamam que a elevação da via provocou mudanças que comprometem a área. O local sofre constantes alagações com as águas da chuva.

O piso do prédio da feira ficou quase um metro abaixo do nível da obra. De acordo com o presidente da Associação dos Feirantes da Feira Zezito Assayag, Francisco Teixeira Nascimento, os permissionários solicitam à Prefeitura Municipal de Parintins para terem condições de trabalhar nos boxes e não sofrerem consequências da chuva. “Tenho 20 anos naquele local, muito antes de ser construída a feira”, afirma.

 

Francisco Nascimento destaca que a maior dificuldade dos trabalhadores é a falta de apoio, após serem expulsos pela enchente e o aterro da Paraíba complicou a situação. “Tivemos que sair e logo depois veio essa obra. Não tivemos mais como voltar para lá. Hoje, vivemos na beira da rua e alguns alugam. Sobrevivemos assim. As vezes somos perseguidos porque estamos na beira da rua”, desabafa o trabalhador.

 

No final do mês de janeiro, o representante dos feirantes manteve reunião com a Secretaria Municipal de Produção, Abastecimento e Desenvolvimento Humano (Sempadh). “O secretário queria que a gente voltasse para a feira, mas não tem condições. Tem quase um metro de altura. Como uma criança ou um idoso vai descer? Tem que ter pelo menos aterro para chegar perto do nível da rua”, alerta Francisco Nascimento.

 

O feirante observa que quando chove na cidade alaga todo o prédio da feira. “Eram 40 feirantes no começo e diminuiu para 30. Nós, no tempo do peixe, somos uns 20. Tem também o pessoal da frente, da feirinha do produtor. Eles trabalhavam e tiveram também que sair”, afirma. De acordo com o presidente da associação, a promessa da Sempadh, é resolver o problema ainda no mês de fevereiro para os feirantes voltarem ao local de trabalho.

 

A aposentada Alcenira Pereira Martins, 64 anos, sente falta da feira perto de casa e pede revitalização. Ela reclama também da demora da conclusão da obra da Paraíba. “Moro na rua e tudo estava próximo. Tínhamos um ponto de referência. Já voltou a enchente. Pediram para nós esperarmos porque iam colocar o meio fio e fazer o sistema de esgoto. Ninguém pode nem mexer na frente de casa. Vamos ver como vai ficar com essa cheia”, pontua.

 

Gerlean Brasil para o Repórter Parintins

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