O ministro interino Márcio Zimmermann (Minas e Energia) informou ontem que o governo pretende repassar para o consumidor entre 2015 e 2017 os custos dos empréstimos feitos para o setor elétrico.
O objetivo da captação foi socorrer as distribuidoras de energia, empresas que atendem diretamente o consumidor e que não têm dinheiro em caixa para pagar pelos custos extras deste ano - elevados por causa da forte seca que prejudicou o reabastecimento dos reservatórios das usinas hidrelétricas e forçou o uso intenso de usinas térmicas, mais caras.
Segundo Zimmermann, o governo espera um aumento de 2,6% nas tarifas dos consumidores em 2015, de 5% em 2016 e de 1,4% em 2017. Apesar dessa previsão, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), responsável pelo cálculo e pela aplicação desses reajustes, informou na terça-feira que os empréstimos teriam um impacto de oito pontos percentuais nas tarifas de 2015 e nas de 2016.
O mercado, porém, faz previsões ainda maiores. Consultorias ouvidas pela reportagem destacam que com o novo empréstimo ao setor, de R$ 6,5 bilhões, o aumento nas tarifas possa chegar a 25%.