Aids: 21 casos no primeiro semestre

Notícia do dia 14/07/2014 O município de Parintins é o primeiro do interior do Estado em casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Os novos números da doença mostram claramente que a cada dia, o sexo masculino parintinense está mais vulnerável ao contágio do vírus do HIV. Essa fragilidade é verificada nos últimos dados da doença apresentados pela coordenação do Centro de Aconselhamento e Testagem (CTA). O levantamento do primeiro semestre de 2014 aponta um avanço considerado da doença no município entre homens. Ao todo 21 casos, 07 a menos que os 28 computados em 2013.

Dos 21 casos diagnosticados até o momento, 16 são homens, inclusive, dois deles recentemente foram a óbito com a doença em estado avançado. Em 2013, os casos também duplicaram. Ao todo foram 28, destes, 20 envolvem o sexo masculino com idades entre 28 a 38 anos. Entre as mulheres, dos 08 casos, três foram confirmados em grávidas com menos de 25 anos. A infidelidade e relações casuais podem está contribuindo para o aumento nos casos de AIDS e HIV no município de Parintins.Na estatística do primeiro trimestre deste ano havia sido registrado apenas três casos. Segundo a coordenadora do CTA, a enfermeira Sílvia Ferreira, o avanço dos novos casos de AIDS no município causa preocupação. “A descoberta dos casos atuais se deve as informações, as ações de combate às doenças sexualmente transmissíveis realizadas pelos programas da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e a conscientização de algumas pessoas que estão vindo procurar o CTA para fazer o teste rápido”, declarou.

Alerta
Sílvia explica que, se a doença continuar avançando no município, o consolidado 2014 pode ultrapassar todos os dados desde que foi diagnosticado o primeiro caso em Parintins. “Esse registro de alguns casos também se deve aos jovens inclusos na faixa etária de 18 anos, os quais não estão buscando os meios preventivos para se evitar o contágio da doença”, lamentou.

A enfermeira informou que os jovens argumentam que contraíram a doença por descuido em não terem usado o preservativo no momento da relação. “Eles dizem que sabem usar o preservativo, mas será que sabem? Por que não usaram o preservativo, se a parceira argumenta que não há confiança, eu digo, não confie, confie em você mesmo”, frisou.

Os profissionais em saúde explicam que o diagnóstico precoce da doença pode assegurar ao soropositivo um tratamento adequado, prolongando mais o tempo de vida, já que na fase avançada se torna um risco para a saúde, principalmente a vida.

Números
A estatística geral da doença no município parintinense mostra que entre 1992 a 2014, um total de 311 casos de HIV/AIDS foi registrado. Os primeiros sintomas da AIDS manifestam-se dentro de 3 a 6 semanas, após a infecção com o vírus HIV. Mas, grande parte dos indivíduos só apresenta os principais sintomas após, aproximadamente, 8 a 10 anos da data da contaminação. Os primeiros sintomas da AIDS nos primeiros dias após a contaminação com o vírus HIV, podem ser febre alta; mal estar; dor de garganta e tosse seca.
Os números refletem o problema do diagnóstico tardio e as desigualdades regionais do Sistema Único de Saúde (SUS). No cenário de uma doença de transmissão predominantemente por via sexual, com vírus circulante na população, todas as pessoas que tenham relações sexuais desprotegidas podem ser expostas ao risco de infecção pelo HIV. Outras doenças sexualmente transmissíveis como: sífilis, condiloma e o herpes genital continuam sendo diagnosticadas entre homens e mulheres.

Fernando Cardoso
Especial Para o Repórter Parintins
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