A maioria dos presos cumpre pena por tráfico de drogas e dentro do sistema quem dita as leis são os ‘xerifes’. Para fugir, Mizael Rodrigues e mais dois presos não identificados aproveitaram o período do banho de sol para escalar o muro da Unidade Prisional de cerca de 4 metros de altura, embora monitoramento de policiais militares na área externa.
Um policial militar percebeu a ação de fuga de três detentos. Com uma metralhadora nas mãos, ele deu voz de prisão a todos, entretanto, apenas dois regressaram e pularam o muro de volta, enquanto Macheta conseguiu escapar. O policial militar teve cautela em não atirar contra o fugitivo devido a mira da arma estar na mesma direção do Hotel Ilha Bela onde trabalhadores executam serviços em uma laje.
“Eu cobria aquela área e foi uma ação rápida. Quando vi, eles se jogaram no muro. Eu apontava arma para eles e pedi para voltarem. O Macheta escapou. Nós, policiais, antes de atirar, temos de saber para onde. Como havia vários trabalhadores era arriscado. O presídio não tem estrutura e reivindicamos guaritas para fazermos segurança. Ficamos vulneráveis”, revelou o PM.
Já a tortura do tricicleiro ocorreu no dia 8 de abril, com a participação de pelo menos quatro presos, no período do banho de sol. O agente carcerário da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), Carlos Alberto, encaminhou o caso para investigação na 3ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP). Ele também comunicou à justiça e informou ao secretário da Sejus.
Após retornar das férias, o diretor da unidade prisional, Beto Medeiros, afirmou que desde o início do ano houve duas fugas e já havia solicitado à justiça a transferência de Mizael Rodrigues, por causa da periculosidade do detento, para o sistema carcerário de Manaus. O diretor ainda enfatizou que a ausência de guaritas na parte superior do presídio facilita a escalada dos presos pelas colunas do muro e falta de cerca de arame.
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