Biojóia ganha valor comercial nas mãos de artesãos parintinenses

Notícia do dia 21/04/2014 Mostrar todo o talento adquirido em pouco tempo com a fabricação de biojóias é o que faz o artesão parintinense Gilberto Duque com a sua linha de design artesanal produzida com o famoso caroço de tucumã, fruto amazônico bastante apreciado pelos amazonenses.

Com o empenho da esposa, a artesã Kátia Brito, filhos e nora, Gilberto tomou gosto pelas biojóias e agora está confeccionando cerca de 4 mil peças de anéis, encomendados pela direção da Fundação Oswaldo Cruz (Fio Cruz), empresa do ramo de medicamentos.

Gilberto é conhecido por confeccionar artesanatos e lembranças com biscuit e casca de árvores detalhadas com cores originais extraídas das seivas de plantas e frutos da região como, por exemplo, o jenipapo. O artesão explica que não manejava a arte da biojóias, embora junto com a esposa já tivesse participado de capacitações sobre a fabricação das peças pelo Sebrae e outras instituições de cursos profissionalizantes.

A atração pela encomenda feita pela direção da Fiocruz, o incentivou a começar a produção em longa escala. “Por enquanto estamos começando com os anéis, quem sabe daqui a pouco a produção de outras peças em forma de alianças, pulseira, colares e outros adornos confeccionados com sementes de tucumã e açaí passadas pelo processo de lapidação”, comenta.

Investimento
Gilberto conta que criou coragem em investir nos maquinários para cortar o caroço do tucumã, além de improvisar outros. “Como no mercado parintinense não tem as máquinas usadas na confecção de biojóias foi o jeito criar adaptações com motores de máquina de lavar roupa e furadeira”, explica. O artesão destaca que a semente própria para esse tipo de artefato é a do tucumã por sua facilidade de manuseio e durabilidade. “O processo inicia com a catalogação da semente bruta e depois trabalhada da mesma forma de jóias”, comentou.

Gilberto e Kátia asseguram que as peças é um aperfeiçoamento de um trabalho que algum tempo vem sendo desenvolvido na capital com ramificações em Parintins, agora colocam mais criatividade com o estilo de artistas parintinenses. Os valores das peças no mercado de biojóias são cobrados de acordo com a mão-de-obra, produtividade e grafismo avaliados de R$ 5 a R$ 15.

O experimento da fabricação das peças, utilizando a matéria prima do fruto amazônico e as decorando em traçados presentes no dia-a-dia do povo da Amazônia, atrai os consumidores. Gilberto Duque lamenta que alguns artesãos não têm iniciativa própria, preferindo ficar na mesmice, sem deixar de fora a cobrança ao poder público para que olhe a classe como fonte de atração para o turismo local e geração de rendas no setor.
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