Complexo de lagos do Macuricanã sofre com ação predatória

Notícia do dia 20/01/2014 Nem dificuldades de acessos nessa época do ano impedem o avanço da pesca predatória no Macuricanã. Pescadores arrastam canoas por extensas restingas para chegar ao complexo, com mais de 90 lagos catalogados, na Área de Proteção Ambiental (APA) Nhamundá, fechada para pesca no período do defeso pela portaria nº 48/2007. A omissão do Centro Estadual de Unidade de Conservação (CEUC), gestor da APA, influencia na acentuação dos crimes.
 
No último dia 14, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagrou aproximadamente 30 pescadores na área de procriação. A operação teve apoio logístico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Coordenadoria de Defesa Civil. O saldo foi apreensão de cerca de 300 quilos de peixes, seis rabetas, um motor 15HP, arrastões e notificação dos pescadores abordados pela fiscalização.

De acordo com o chefe do Ibama em Parintins, Heliton Ferreira, pela portaria do defeso, o Macuricanã é vetado para pesca comercial. Desde quarta-feira, 15, o Ibama faz procedimentos administrativos contra os envolvidos nas infrações ambientais com multas e abertura de processo penal no Ministério Público Federal. “As pessoas tendem arrastar canoas e motor de popa por terra, às vezes, até mais de um quilômetro”, observa.

A pressão pesqueira avança no Macuricanã, apesar das dificuldades de acesso e proibição por lei até março. “É um ecossistema frágil e sensível. É preciso cuidar melhor dessa região e os órgãos que tem atribuição de fiscalização se atentem mais para o Macuricanã pela importância. O Ceuc não tem pessoas aqui em Parintins. Em função da ausência do órgão gestor, o Ibama faz essa atuação supletiva”, verifica o chefe do Ibama.

Nesse período de início de enchente, os peixes estão concentrados nos lagos. Pelo tipo de utensílio de pesca utilizado pela maioria dos pescadores, qualquer espécie é retirada do complexo e pode provocar desequilíbrio do ecossistema. A fiscalização constatou nas mãos dos pescadores basicamente as espécies pacu, surubim, pescada, bodó e cuiu-cuiú. A APA não possui tantas restrições e permite muitas coisas, porém, de acordo com as normas previstas em lei.  

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