As alegoria do boi Garantido, após uma semana da disputa dos bumbá na arena do Bumbódromo ainda permanecem na avenida Paraíba, no Circuito Escorpião e a Praça dos Bois. As vias e praça estão tomadas pelas alegorias da agremiação. O bumbá acumulou as estruturas alegóricas atrapalhando o trânsito em área bastante movimentada.
De acordo com o morador da avenida Paraíba, Flávio Abecassis, todos os anos o boi da Baixa do São José deixa os restos de apresentações nas ruas próximas ao Bumbódromo. ?Passa o festival e os ferros do Garantido ficam na rua, atrapalhando nossa vida. Já teve ano que só tiraram as alegorias somente em setembro. É absurdo?, afirma o morador.
Para Antônia Almeida, moradora do conjunto Macurani, a diretoria do boi vermelho deveria ter mais responsabilidade com a retirada das alegorias. ?Sou torcedora do boi Garantido, mas a diretoria age com desrespeito com os moradores. É de uma irresponsabilidade absurda o que eles fazem. Vencer o festival não é tudo. O festival passa e a cidade fica. Se o Caprichoso já guardou tudo, por que o meu boi não faz o mesmo??, questionou a moradora.
Protesto
Os empurradores de alegoria do Garantido, conhecidos como kaçauerés protestaram na tarde de terça-feira, 1º de julho contra a falta de pagamento. De acordo com um dos trabalhadores, Cláudio Silva, o pagamento de R$ 630 prometido para a manhã de terça, a diretoria vermelha alegou que só serão efetuados na próxima terça-feira, dia 08 de julho.
No protesto, os kaçauerés incendiaram lixo de alegorias na Cidade Garantido e módulos alegóricos próximo a casa do presidente da agremiação, Telo Pinto, na Praça dos Bois. A Polícia Militar foi chamada e três manifestantes foram presos.
Sobre o pagamento dos kaçauerés, o tumulto foi causado por uma falha de comunicação, "Quiseram arrombar minha casa. O pagamento sempre ocorre uma semana depois do Festival", justificou o presidente.
Presidente Telo Pinto anunciou na coletiva de imprensa que o Ministério Público do Trabalho deve desbloquear os recursos do Garantido na segunda-feira, dia 07 de julho e na terça-feira dia 08 de julho às 16h haverá o pagamento dos kaçauerés. Telo também desmentiu a informação de que o Garantido ficou devendo algum trabalhador que empurrou alegoria no festival de 2013.
MPT bloqueia patrocínio do Garantido para pagar trabalhadores
O Ministério
Público do Trabalho no Amazonas (MPT 11.ª Região), por meio da procuradora do
Trabalho, Fabíola Bessa Salmito Lima, reteve 20% da cota de patrocínio
repassada ao boi-bumbá Garantido pelo não cumprimento das determinações
impostas pelo MPT em relação à legislação trabalhista.
O valor retido
servirá para o pagamento de salários atrasados e verbas rescisórias. Caso seja
necessário, o dinheiro poderá ainda, ser usado para o pagamento de dano moral
coletivo. O MPT assegura que este valor também servirá para o pagamento
das diárias dos trabalhadores cuja mão de obra é utilizada para o transporte de
alegorias, os kaçauerés.
O valor da diária para o festival de 2014 é de R$ 70 na forma do acordado, após o festival folclórico do ano passado, por meio de aditivo de Termo de Ajuste de Conduta (TAC). ?É prática na associação o não pagamento das verbas trabalhistas após o festival, pelo que, de forma preventiva, o MPT entendeu pela necessidade do bloqueio dos valores, para resguardar os direitos dos trabalhadores. O boi-bumbá Garantido acumula inúmeras reclamações trabalhistas na Justiça do Trabalho, reclamações essas feitas tanto por soldadores e pintores, quanto pelos artistas de ponta, responsáveis pela confecção das alegorias?, ponderou a procuradora.
