Por João Carlos / Professor universitário
O mundo moderno exige que estejamos antenados às novidades tecnológicas. Para isso, ter aos meios digitais nos dias atuais é semelhante a necessidade de se alimentar, comparando de maneira hiperbólica. No entanto, quem reside em Parintins é impedido de ter acesso a essa necessidade que, hoje em dia, é mais do que básica: é essencial.
Com a agitação de um mundo cada vez mais apressado, o celular acaba sendo um novo órgão do nosso corpo. Se torna a roupa que nos vestimos. Mas para os moradores de Parintins esse órgão é falho, inconstante, imprevisível, tristemente insuficiente. Resolver problemas por telefonia móvel, algo comum em qualquer cidade de médio porte do Brasil, é extremamente complicado em uma das maiores cidades do interior do estado do Amazonas.
O acesso à internet chega a ser patético! Cidades vizinhas como Juruti e Terra Santa, com menor população, navegam na rede mundial de computadores com maior facilidade do que na terra do maior Festival Folclórico do País. Baixar vídeos ou estudar de maneira on-line é humanamente impossível neste pedaço de chão verde e amarelo. Até mesmo para acessar qualquer página é complicado e mais lento do que na época em que esperávamos dar meia noite para poder conectar para pagar apenas um pulso telefônico ? se você tem menos de 20 anos de idade, não deve ter a mínima ideia do que isso significa.
A falta de comunicabilidade parintinense é prejudicial em diversos aspectos, sobretudo no ponto de vista econômico. Qual o prejuízo que os meios de comunicação local tem por não dispor de uma internet satisfatória? Qual o prejuízo que comerciantes tem a não conseguirem anunciar seus produtos na rede mundial de computadores? Qual o prejuízo de Parintins ao não se divulgar em um meio de comunicação que a cada dia cresce de maneira exponencial?
Enquanto o mundo respira smartphones, aplicativos, TV no celular e outras facilidade, Parintins ainda utiliza fichas de orelhão ? metaforicamente falando. Enquanto o mundo avança, Parintins permanece estagnada, acomodada e conformada. Em plena era digital, Parintins ainda não é uma cidade analógica.
