Por João Carlos Siqueira / Professor universitário
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tinha como proposta a prorrogação da Zona Franca de Manaus (ZFM) por mais 50 anos (até 2073) foi aprovada por esmagadora maioria na Câmara dos Deputados, em Brasília, na quarta-feira, dia 19. Certamente, trouxe alívio aos políticos do estado, que fatalmente usarão a vitória coletiva em benefício próprio na campanha que iniciará em breve ? ao meu ver, já iniciou há tempos.
O contraditório existente é que na proposta da ZFM, feita no final da década de 60 e começo da década de 70 do século passado, durante o período dos Governos Militares e no auge da censura imposta pelo Ato Institucional 5 (AI-5), o modelo econômico proposto pelos militares não obteve o fôlego necessário para perdurar até hoje, e a isenção de impostos às fábricas multinacionais já não torna o preço das mercadorias em Manaus tão atrativo como era no começo da Zona Franca.
Outra contradição diz respeito que a Zona Franca, de acordo com os militares, deveria beneficiar a região Norte, mas na prática, não consegue trazer benefícios nem ao interior do estado ? onde o Repórter Parintins tem sua sede, na cidade homônima -. Interior este carente de serviços, infra-estrutura básica, educação, lazer e cidadania.
O que se percebe ? olhando um pouco de longe ? é que a capital (e o estado) deixaram se submeter ao dinheiro fácil que a Zona Franca de Manaus traz, e sempre que há um discurso relativo à extinção do benefício ocorre uma desesperada caravana à Câmara Federal ? como ocorreu ? e lutam pela ZFM ?que é um patrimônio do povo amazonense?.
Graças à Zona Franca, voltamos à Antiguidade Clássica: Manaus tornou-se uma Atenas sem qualquer tipo de Esparta para rivalizar ou dividir o centro das atenções na República Grega do Amazonas. Sem qualquer tipo de Peloponeso para guerrear, sem Delfos para buscar acordo de crescimento, onde a democracia está na mão dos eupátridas, onde o povo aplaude o pão e circo romano. Resta saber agora quem herderá os papeis de Cristo (crucificado), Pilatos (aquele lavou as mãos) e Nero (que tocou fogo em tudo). Graças a Deus (ou Zeus), este meteco pode se expressar e demonstrar de maneira indignada que os benefícios da ZFM é apenas à capital, e que o interior padeça dentro de suas limitações econômicas e geográficas. Tem que tomar cuidado pro império não quebrar e a Igreja Católica tomar o poder... viva a metáfora! Ou não!
Cartório Eleitoral da 4ª Zona, as eleições em Parintins terão atenção especial do TRE.
parabeniza o governador por dar oportunidade a classe universitária reivindicou pelos moradores da zona rural no sentido de solicitar dos órgãos públicos