Há alguns anos, a política interna de alguns países que são vizinhos do Brasil causa preocupação. Ao analisar a situação de países como Argentina (mergulhada em crise econômica), Colômbia (Guerra Civil contra Narcotraficantes), Uruguai (liberação de drogas, como a maconha), Bolívia (e sua mania de estatizar tudo), percebemos que o País está cercado por um barril de pólvora prestes a explodir de vez.
No entanto, de todos os países da América do Sul, nenhuma situação é tão preocupante quanto a da Venezuela: além de ter a capital mais violenta do Mundo (em 2009, houve 19.133 assassinatos, o que representa a taxa de 75 homicídios por 100 mil habitantes. A esmagadora maioria dos crimes ocorreram em Caracas, segundo os órgãos oficiais da Venezuela), o país caminha a passos largos para a implementação de uma ditadura, modelo de governo condenável nos dias atuais.
A chamada ?Revolução Bolivariana? começou quando Hugo Chávez assumiu o poder, em fevereiro de 1999, após ter sido eleito democraticamente pelo povo venezuelano. Inspirado claramente no modelo cubano de governo, o Governo liderado por Chávez comandou ações que resultaram em uma política populista, transformando o presidente em um ?líder revolucionário?, que conduzia o povo a uma ?vitória sobre os diabos?, termo que se utilizou contra os Estados Unidos da América.
Após a morte de Hugo Chávez, em março de 2013, Nicolás Maduro assumiu o poder dando continuidade ao modelo proposto por seu antecessor. O resultado é simplesmente caótico! O país está mergulhado em crise financeira e de abastecimento (mesmo sendo um dos maiores produtores de petróleo do mundo), racionamento de diversos tipos, além de tirar o direito de liberdade de expressão da imprensa e da população venezuelana (Chávez já havia iniciado a censura prévia, a não renovar a concessão da emissora Globovisión, levando a seu fechamento, em 2010).
Nas últimas semanas, a Venezuela está sendo palco de violentos protestos contra o governo de Maduro, e um dos líderes do movimento, Leopoldo Lopez, foi preso sob acusação de ?incitar a violência e conspirar contra a revolução?. Como na maioria dos protestos contra governos, a maioria dos protestantes são estudantes universitários, que acreditam que o modelo proposto por Nicolás Maduro não é o mais adequado para o futuro da Venezuela.
O mais preocupante é a omissão do Governo Dilma em relação ao caos instalado no vizinho Setentrional. E o pior de tudo é perceber que a presidenta, em muitos casos, governa de modo semelhante a Chávez e Maduro. Seria o Brasil o próximo país a adotar o método ?Bolivariano? de governar? Estaríamos sujeitos a ?censura prévia?, como na época dos Governos Militares? Será que a presidenta, que tanto lutou por liberdade e inclusive foi presa durante a ditadura, irá tirar o direito que ela e seus contemporâneos lutaram? Copa do Mundo vem aí, e o exército vai à rua coibir manifestações. É uma ironia sutil dos governos de Brasil e Venezuela pregarem a liberdade cerceando o povo e a imprensa de tê-la.
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