Navegando às Cegas

Notícia do dia 26/01/2014 Quem chega a Parintins certamente encontrará vários motivos para se apaixonar e declarar amor eterno por esta cidade quente e acolhedora, jurando que um dia irá morar nesta terra e que nunca irá se afastar dela. Obviamente, depois que esta pessoa conseguir morar aqui, perceberá que se afastar daqui, ou simplesmente viajar, é muito mais complicado do que se imagina.

Um fato que sempre chama a atenção é em relação aos Navios que atendem a cidade. Se pararmos para observar, todos saem no mesmo horário, oferecem os mesmos serviços (de bar e de alimentação, por exemplo), cobram praticamente o mesmo preço de passagem e transportam passageiros da mesma maneira que transportam cargas.

Se não bastasse essas similaridades, percebemos que sai apenas um barco por dia, no máximo dois, não deixando ao passageiro/consumidor a opção de escolher o transporte que lhe oferecerá o melhor serviço, e sim, escolher o barco de sua preferência e adaptar seu cronograma para o dia em que a embarcação sairá.

Então, ao constatarmos isso, podemos deduzir que, de certa forma, poderia haver uma ?combinação? entre os donos das embarcações, ou podemos acreditar que todas essas similaridades são mera coincidência e/ou falta de criatividade dos proprietários?

Se a resposta final é baseada na segunda pergunta, fica a sugestão que haja uma reflexão e se pense em um método de melhorar os serviços, visando a segurança e o conforto do passageiro/usuário/consumidor; Agora, se a resposta final por baseada na primeira pergunta, podemos caracterizar que esta ?combinação? é uma forma de cartel. E cartel é crime!

Estaríamos sob uma cartelização do transporte aquaviário em Parintins, e, por que não, em toda a bacia amazônica? Com a palavra, o Ministério Público, o Ministério dos Transportes e os órgãos de defesa ao consumidor...


João Carlos Siqueira  - professor universitário
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