Crise econômica atinge Parintins

Notícia do dia 24/03/2014 O reflexo da instabilidade econômica que estrangula os municípios brasileiros pelos cortes de verbas públicas por parte do Governo Federal, principalmente relacionadas ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), comprometendo o repasse federal em 80% dos 5.564 municípios brasileiros é avaliado pelo titular da 2ª Promotoria de Justiça de Parintins (2ª PJP), promotor André Seffair.

O agente ministerial explica que a crise econômica interna não é culpa da administração, até porque já vem acontecendo há alguns anos, e com mais intensidade já era anunciada.

Seffair discorda de grupos políticos, os quais avaliam que a crise que se instalou na economia local é culpa da administração pública. ?Chegaram a constatar que não estava circulando dinheiro na cidade por culpa do poder público, isso é imbecilidade, porque está havendo problema sério na economia brasileira e a pedra já estava cantada?, declarou.

O promotor explicou que há nove anos morando em Parintins observou que a economia local ainda depende da Prefeitura. ?Se o poder público emprega bem, se não emprega nada está bem?, comentou. O promotor de justiça disse que ao longo dos anos nas pequenas cidades não foram criaram alternativas para garantir atividades econômicas como forma de assegurar instabilidade em caso de crises econômicas. Seffair diz que a economia brasileira foi turbinada pelos empréstimos consignados, os quais comprometeram cerca de 50% dos salários de trabalhadores.

O professor Willer Souza avalia que é preciso criar mecanismos economicamente viáveis para que a cidade não sinta tanto os impactos de crises econômicas. ?Imagine a Prefeitura com todos os seus cargos ocupados por concursados, as pessoas que prestam serviços temporários ficariam desempregadas ou teriam que buscar outras alternativas econômicas para sobreviver?, ressaltou.

Emprego
O município parintinense sentiu o efeito da crise econômica mundial, pois a cidade não conta com grandes indústrias para garantir empregos formais, dependendo ainda dos recursos que a Prefeitura assegura ao pagamento dos servidores. Em Parintins, pelo menos duas microempresas, com a crise, tiveram que vivenciar um clima de greve, mas a situação foi contornada por seus diretores após negociação salarial e maior empenho na produção do seu produto comercial para quitar pagamentos pendentes.

O reflexo da crise é constantemente presenciado no reajuste dos produtos em supermercados, mercearias, feiras de produtos hortifrutigranjeiros e pescado, entre outros. A majoração de preços causou impacto no orçamento mensal dos parintinenses, os quais utilizam 40% do salário para comprar alimentos.

É comum quase que todos os dias as pessoas e comerciantes que ganhavam muito apontarem que a causa no desaquecimento das vendas nos comércios é culpa das administrações públicas. A crise econômica também é sentida no meio das instituições consideradas economicamente estabilizadas porque são bancadas pelos poderes públicos.

No Estado do Amazonas, os 61 municípios, incluindo Manaus, sofreram os impactos com as perdas de verbas federais levando a demissões, reajuste nos produtos, redução em salários e até fechamento de comércios e pequenas indústrias. A instabilidade econômica atingiu diretamente os municípios do Baixo Amazonas, inclusive em Parintins, onde a maior geradora de empregos, a Prefeitura Municipal, por recomendação do Tribunal de Consta do Estado (TCE), foi obrigada a demitir inúmeros servidores que não eram concursados para não ser penalizada com imposições do órgão caso não atendesse a recomendação.
    
Pelo mundo
A economia mundial passa por momentos de instabilidade causando inúmeros prejuízos para os países emergentes, inclusive, ao Brasil. A gangorra econômica estrangula os municípios brasileiros pelos cortes de verbas públicas por parte do Governo Federal, principalmente relacionadas ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A queda na arrecadação e no repasse do FPM atingiu 80% dos 5.564 municípios brasileiros, os menores estão praticamente impossibilitados de reaquecerem suas economias.

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