Em um levantamento feito nos registros da DCCMI sobre casos confirmados no município, nos últimos quatro anos, constam cerca de 130 menores que sofreram algum tipo de abuso. De 2011 a 2013, a Delegacia de Crimes Contra a Mulher registrou 185 estupros, segundo as estatísticas da especializada. De acordo com a delegada civil, Ana Denise Machado, nos primeiros meses de 2014 foram contabilizados na especializada, 07 registros de estupros. ?É um crime que não para. Infelizmente é um crime de difícil elucidação porque acontece no meio familiar. Às vezes os membros da família mesmo sabendo, omitem os casos?, explica delegada.
De acordo com os boletins de ocorrência, todas as semanas são registrados em média dois casos envolvendo estupro de crianças e adolescentes, mas segundo a delegada Ana Denise, é preciso uma investigação apurada para que não haja injustiças com as partes.?As vítimas acabam sendo favorecidas com dinheiro e presentes, sem deixar de fora a família que compactua com esse tipo de crime?, frisa.
Embora os crimes e os abusos sexuais preocupem as autoridades policiais, o Ministério Público e o Judiciário, os procedimentos estão sendo feitos à risca para punir os abusadores, até mesmo para impedir que novos casos sejam cometidos. A delegada Ana Denise assegura que as investigações da polícia apontam que, alguns pais comercializam sexualmente suas filhas a troco de dinheiro, roupas e alimentos, embora sejam casos de difícil elucidação. ?Temos comprovadamente mães que agenciam suas próprias filhas, lamentavelmente?, salienta.
Células da prostituição
A delegada de combate ao crime contra a mulher reafirma que algumas células de prostituição e exploração sexual de menores continuam aliciando e se viciando, principalmente adolescentes do sexo feminino para programas sexuais. Ela revela também que existe na cidade a prostituição contra menores e adolescentes do sexo masculino. ?Existe essa exploração ainda pior que com meninas. Eles não são prostituídos somente por homens, mas por mulheres?, revela.
A delegada Ana Denise evitou falar sobre a possibilidade de pessoas influentes estarem novamente aliciando menores, porém, disse que não tem conhecimento sobre o assunto. O promotor de justiça André Seffair confirma os casos de exploração sexual e estupros de vulneráveis contra crianças e adolescentes. Ele adianta que não há uma explicação para tantos casos recebidos pela delegacia de proteção a mulher. ?É corriqueiro esses crimes acontecerem na cidade. Eu não tenho explicação para tantos casos, psicológico e nem sociológico, para tal? declarou.
Ano passado o MPE recebeu da delegacia 45 inquéritos policiais de estupro de vulneráveis. André Seffair assegura que todos os inquéritos em que as provas eram concretas, houve o pedido de prisão e condenação por parte da Justiça para os acusados. André revela que no interior da Unidade Prisional de Parintins existe uma cela denominada de ?Ala do Jack? para estupradores e abusadores de menores.
Segundo as declarações de André Seffair e Ana Denise é preciso aprimorar e avançar nas políticas sociais e estrutura familiar para garantir que crianças e adolescentes não continuem sendo arrastados para a violência sexual.
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