Farinha nossa de cada dia, cara ou barata?

Notícia do dia 07/02/2014

Abusivo, assim uma parcela de consumidores está definindo os preços cobrados pelo frasco da farinha na Feira do Produtor, no centro comercial. Os preços praticados em algumas quitandas e box das feiras instaladas nos bairros da cidade chega a R$ 5,00, enquanto na Feira do Produtor o frasco é vendido a R$ 9,00. ?Não dá pra entender porque existe essa diferença de preços da farinha, principalmente num local onde o próprio agricultor comercializa o produto?, questiona o autônomo, Sérgio Rodrigues.


Pelo lado dos produtores, o preço cobrado pelo frasco do produto acompanha a realidade de quem planta a matéria prima e produz a farinha. ?Se quem questiona for colocar no bico do lápis, o preço deveria ser até mais alto. Não sei por que há tanto questionamento se o litro da farinha custa de R$ 3,00 a R$ 3,50. Tem gente que paga R$ 4,50 por uma cerveja que não trás benefício nenhum e não reclama?, disparou o produtor José Ribeiro.


O agricultor Raimundo de Souza, da região de Vila Amazônia, alega que a instabilidade no preço ocorre pela escassez de mandioca na zona rural. Por causa da cultura de subsistência, em que o produtor planta somente para o consumo familiar, o produto que abastece o comércio local tem origem no Estado do Pará. A importação da farinha provoca o aumento constante no preço do produto.


O frasco da farinha até o final de 2012 custava R$ 2,50. No início do ano passado, pela falta da matéria prima, o parintinense passou a comprar até por R$ 10.


Números

O gerente do Instituto de Desenvolvimento do Amazonas (IDAM), Adrianilson Góes, garante que os produtores rurais que recebem o benefício do Pronaf e são assistidos pelo órgão estadual conseguem manter a estabilidade da produção da farinha, embora exista um déficit de 2.813 toneladas do produto como completo alimentar.


Adrianilson explica que a farinha é um dos produtos mais importantes da cultura alimentar do parintinense. Ao todo, a população consome 6.278 toneladas de farinha por ano.


Embora o produtor rural que receba assistência do IDAM e tenha conseguido produzir, no ano passado, 1.386 toneladas de farinha, somado àqueles que não recebem incentivos do governo, a produção de farinha de mandioca ainda é insuficiente para atender a demanda.


Segundo dados do IBGE, cada parintinense consome diariamente 158 gramas de farinha. ?Em meio à divisão de números, a população consome 17,2 toneladas de farinha por dia. Por ano, teríamos que ter aproximadamente 2.100 hectares de mandioca para serem desmanchados a cada ano para alimentar a população, se for levado em conta a divisão por 3, pois cada hectare de roça produz 3 toneladas do produto?, explicou o gerente do IDAM.


Fernando Cardoso / Repórter Parintins

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