Duas pessoas acompanhavam Raimundo Lima e conseguiram escapar da morte ao nadarem por mais de 1.500 metros. A pequena embarcação de cinco metros e meio seguia em direção à comunidade São Sebastião do Boto, mas emborcou quando Tampão, em desespero, teria pisado no pavês (beira da canoa). Os sobreviventes são Ronilson Lima Simas, 18 anos, e Ednelson Santos Araújo, 36 anos.
O mais novo conseguiu chegar à margem em uma fazenda no Limão, enquanto Ednelson nadava para pegar o barranco do rio. O professor Flávio Assis passava de voadeira pelo local e resgatou Ednelson Araújo. ?Estávamos no meio do rio e o vento ficou forte. Começou a dar aquelas ondas altas. O nervosismo tomou conta do Raimundo. Ele se agoniou na hora e pediu para desligar o rabeta?, conta o sobrevivente.
Relatos
De acordo com Ednelson Araújo, deu a primeira onda e entrou um pouco de água na canoa. ?Eu secava a canoa e veio a segunda mais acentuada. Ele (Raimundo) foi pular da canoa e pisou na beira. Nessa hora, emborcou. Com vento e correnteza forte, não teve quem segurasse a canoa. Com o peso do motor, só aparecia o bico em cima d?água. Tentamos retirar do fundo, mas não tinha condições. A correnteza a tirou de nós?, relata.
Eles se distanciaram cerca de vinte metros da canoa quase em frente à boca do Paraná do Espírito Santo de Cima. Na hora do incidente, os três estavam de botas, preparados para lidar com gado. ?Tínhamos programado essa viagem um dia antes para irmos de barco fretado. Como íamos trabalhar com gado, saí de casa de bota. Quando cheguei ao porto do parque de exposição às 5h da manhã, o Raimundo estava nessa canoa?, afirma Ednelson.
O irmão do desaparecido, Tobias dos Santos Lima, de barco, nas primeiras horas de buscas, encontrou a canoa ainda com o motor rabeta na popa próximo à boca do Paraná do Ramos. A 3ª Companhia Independente de Corpo de Bombeiro Militar (CIBM) designou dois homens para auxiliar nas buscas por Raimundo Lima. De acordo com o sargento Almeida, a procura acontece na superfície do rio.
Buscas
A profundidade, correnteza e localização exata de onde houve o naufrágio geram dificuldades na operação de buscas. ?A correnteza atrapalha a atividade de mergulho. O mergulhador tem dificuldade em se manter no fundo. Por isso faz-se primeiro a busca superficial. Se tiver necessidade, certamente vem uma equipe de mergulhadores. Nossos dois mergulhadores estão em capacitação em Manaus?, informou o sargento.
Outro agravante é os cilindros de oxigênio para mergulho serem recarregados somente em Manaus. O comandante da 3ª CIBM, Tenente Ricardo Rocha, já tomou conhecimento sobre o acidente. ?O comunicamos imediatamente. Faz parte do nosso protocolo de ocorrência, independente de onde esteja. O corpo de bombeiros de Parintins tem o comandante e o Cabo Pinheiro como mergulhadores?, acentua Almeida.
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