Polícia Militar investiga tiroteio no areal

Polícia Militar investiga tiroteio no areal Notícia do dia 16/12/2013 O confronto com a Polícia Militar e um grupo de rapazes, durante perseguição na área do areal do campo grande, no domingo, dia 8 de novembro, vai ser apurado por meio de inquérito, sob a responsabilidade do delegado Ivo Cunha. Os policiais militares envolvidos na ocorrência alegam terem sido recebidos a tiros quando chegaram ao local para verificar denúncia sobre uma mulher supostamente levada por três rapazes para dentro da área, no final da tarde de domingo, dia 8. O grupo de jovens, no total de seis pessoas entre 17 e 22 anos negam as acusações.
 Após repercussão do caso, na manhã de terça-feira, 10, o advogado Ronaldo Macedo acompanhou Richarlison Gaspar Costa, 22 anos; Maike Gaspar Costa, 19 anos; Katiúcia Figueiredo Rosas, 20 anos; um adolescente de 17 anos, Robert Lopes, 19 anos e Dieno Santos, 19 anos à 3ª Delegacia Regional de Polícia para prestar esclarecimentos.

De acordo com o advogado, os envolvidos, em depoimento, confessaram que estavam na área do areal ingerindo bebida alcoólica. Em determinado momento, Maike Costa, na companhia do amigo Dieno Santos, cumpriu mandado da mãe e foi até a área para chamar o irmão, Richarlison Costa. Todos ficaram assustados com a chegada da PM, pegaram as motos e fugiram.

O advogado verificou que provavelmente os menores tiveram medo, em razão de ser final de tarde, e a polícia pode ter agido com legalidade, possivelmente, ao efetuar tiros de advertência. Katiúcia Rosas disse que bebia com Richarlison Costa, Robert Lopes e o menor de 17 anos no local. “Ninguém me levou à força para lá. Estávamos bebendo e do nada os policiais chegaram”, contou.

Perdidos na mata
De acordo com ela, os meninos pegaram as motos para fugir dos disparos da PM. Depois, por conta das dificuldades de dirigir em solo arenoso, abandonaram as motos e prosseguiram a pé. Os seis correram para dentro da mata e se perderam em meio à escuridão. Caminharam sem rumo por alguns minutos até encontraram uma estrada perto do portal, próximo ao Aeroporto Júlio Belém.

Ao alcançarem a estrada, todos se encontravam com bastante ferimentos de pequenas proporções. O marceneiro Charles Andrade Costa conseguiu manter contato por meio de telefone celular com os filhos, Richarlison e Maike, por volta das 20h. Ele resgatou o grupo e levou de carro para casa. O pai não procurou logo a delegacia por conta dos seis temerem serem presos, uma vez que haviam abandonado as motos.

Charles Costa fez procuração de duas motocicletas na manhã de segunda-feira, 9, e tomou conhecimento de que o grupo era acusado de reagir a balas contra a PM no areal. Ao verificar a gravidade do caso, o marceneiro constituiu advogado para apresentar os filhos na delegacia. “Conversei com todas as pessoas e contaram que três policiais chegaram atirando. Eles correram para o meio do mato para tentar se esconder”, revelou.

Acusação da PM

O pai afirma que em nenhum momento houve confronto com a PM. A versão da reação a tiros é dada pelos policias envolvidos na perseguição. “Procurei também a delegacia para recuperar duas motos minhas apreendidas, juntamente com a mãe de dois colegas dos meus filhos. Falei com um dos policiais e me informaram que a moto só ia ser liberada mediante a presença das pessoas envolvidas na fuga no areal”, frisou.

O sargento Aluísio Souza informou que PM foi surpreendida por três disparos e revidou. Os militares deixaram a viatura perto do portão de entrada e seguiram a pé por uma estrada de terra, ao avistarem os suspeitos. A perseguição durou mais de 30min. A PM desistiu das buscas ao encontrar três motocicletas abandonadas e capacetes, além de se ferir em arame farpado.

Os veículos foram levados para a 3ª Delegacia de Polícia Civil. O delegado Ivo Cunha destacou que ouviu os envolvidos, policiais militares e testemunhas. “Se ficar comprovado que atiraram, vou pedir a prisão de todos para evitar derramamento de sangue. Se você não fez nada de errado, por que fugir da abordagem policial? Os pais sempre são os últimos, a saber, das coisas”, concluiu.
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