Indígenas são ignorados pela Funai no Amazonas

Indígenas são ignorados pela Funai no Amazonas Notícia do dia 19/11/2013
Após 15 dias, cerca de 32 líderes de várias etnias indígenas da região amazônica continuam ocupando o prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai), na rua Maceió, Adrianópolis, Zona Centro-Sul, manifestando-se pela saída do atual coordenador, Eduardo Desidério Chaves.

Segundo os índios, o pedido de exoneração do coordenador é pelo simples fato de ele se recusar a ter contato com o grupo e não colaborar na retirada dos documentos necessários aos indígenas, como certidões, e agir com discriminação.

Alguns manifestantes, no período do feriado, tiveram que retornar para suas aldeias em busca de alimentos e roupas limpas, mas devem retornar à Funai ainda esta semana. As lideranças vêm de Iranduba, Manacapuru, Coari, Manicoré, Alto Solimões, Borba, Barcelos, Nhamundá, Autavez, Novo Ayrão e Careiro Castanho.

O assessor jurídico que acompanha o caso dos indígenas, Rosemberg de Souza, da etnia apurinã, explicou que os líderes esperavam na manhã de ontem para conversar com o indigenista enviado de Brasília (DF), identificado apenas como Paulo.

“O que soubemos que até o momento, o indigenista se deslocou para uma reunião com o Eduardo, mas em nenhum instante nos procurou para saber por qual motivo estamos nos manifestando na fundação. É necessário que os índios também sejam ouvidos e tenham mais atenção”, disse Rosemberg.

Discriminação
Um dos líderes indígenas, o cacique da aldeia de karanaí, do município de Autazes, explicou que há discriminação por parte de Eduardo. “Temos uma grande dificuldade para sairmos da aldeia e virmos para Manaus, e quando chegamos na fundação, somos destratados e ignorados pela coordenação, e não queremos isso”, disse.

Por causa da presença dos índios na Funai, o coordenador solicitou um espaço no escritório local da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), na rua Belo Horizonte, também em Adrianópolis.

Uma funcionária que trabalha há mais de 27 anos na Funai, mas não quis se identificar, contou que, por causa dessa mudança, o atual coordenador da fundação ordenou que toda a equipe de limpeza terceirizada deixasse de limpar o prédio ocupado pelos indígenas e fosse limpar o local onde ele se encontra.

“Depois que ele assumiu a fundação, em nenhum momento reuniu com a equipe que dedica há anos sua vida pela Funai. Nosso prédio não tem manutenção e ainda passamos por problemas de falta de ventilação nas salas, e problema de luz, pois às vezes é necessário trabalharmos no escuro”, revelou a funcionária.

A equipe do EM TEMPO tentou contato com o coordenador no escritório da Anac, mas Eduardo se recusou de atender a equipe de reportagem e não quis repassar qualquer tipo de informação a respeito do assunto.

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