
Ninguém gosta de ter seus defeitos apontados. Por mais que uma crítica seja realista, pontual e útil, muitas vezes, provoca desgosto, decepção e revolta. Para algumas pessoas, o efeito é tão devastador que, em vez de a qualidade do trabalho melhorar, acaba ficando ainda mais comprometida. No entanto, quem busca encarar a crítica positivamente ou como um desafio a ser superado tem mais chances de evoluir profissionalmente.
A
resistência em enfrentar uma crítica, segundo a psicóloga organizacional Izabel
Failde, está ligada à dificuldade de constatar que não somos
"deuses". "É sinal de que mesmo os profissionais mais
perfeccionistas, equilibrados e controlados cometem falhas e demonstram
fragilidades", explica.
Para Hely Zavataro, docente de Psicologia Organizacional e do Trabalho do curso
de Psicologia da Unip (Universidade Paulista), outra explicação é que nos
preocupamos em manter uma imagem positiva para nós mesmos e para os outros, com
receio do que vão pensar a nosso respeito. "E também resistimos ao que nos
parece novo, como o fato de termos que desenvolver algum outro comportamento
diferente do que já estamos acostumados".
A crítica também costuma doer quando a pessoa entende que aquilo que ela fez –ou deixou de fazer– está fora dos padrões ou em desacordo com o ponto de vista do outro. Para Elmano Nigri, presidente da Arquitetura Humana, empresa especializada em gerenciamento estratégico de pessoas, ouvir uma observação desfavorável incomoda sempre. "Não existe essa história de `vou fazer uma crítica construtiva`. É quem a recebe que vai determinar se ela pode ser ou não construtiva", afirma.
Heloísa Noronha
Do UOL, em São Paulo