Artesãos registram queda em vendas durante o Boi Manaus

Artesãos registram queda em vendas durante o Boi Manaus Notícia do dia 28/10/2013

Embora comerciantes de alimentos e bebidas comemorem o aumento de vendas na segunda noite do Boi Manaus 2013, vendedores de artesanatos que montaram barracas dentro do Sambódromo, afirmaram que as vendas não tiveram saldo positivo neste sábado (26). Os Artesãos reclamaram da desvalorização de trabalho manual de artefatos amazônicos na região, que, segundo eles, é vendido por um preço muito abaixo do valor real.

O artesão parintinense Ivan Silva, de 43 anos, vem para a capital todos os anos para vender suas peças no Boi Manaus. Entre os itens comercializados estavam cintos, braceletes, adereços para o cabelo e os clássicos cocás. De acordo com ele, um total de 250 peças foram vendidas, mas o comerciante contou que costuma vender o dobro em outras edições da festa. As vendas dos produtos foram tão baixas que ele não descarta a possibilidade de abandonar a profissão.

"Os custos que nós temos para pegar uma embarcação e sair de Parintins [a 369 km de Manaus] para vir vender os produtos aqui em Manaus são muito altos, e dependendo das vendas, não compensa. Quando vendo um cocá no Rio de Janeiro, por exemplo, as pessoas fazem filas para comprar o produto por R$250, enquanto aqui é difícil conseguir vender por R$50. Isso acontece, porque o público daqui não está preocupado com qualidade, e eu ofereço produtos bons. Penso em até mudar de ramo e ter meu próprio mercadinho, pois as noites deste ano não foram animadoras", lamentou o artesão.

O artesão João Batista, de 61 anos, mora em Parintins, e também veio para a capital especialmente para vender os artefatos produzidos por ele e pela esposa. Segundo ele, a vinda ao Boi Manaus não valeu a pena como nas edições anteriores. "Trabalho há 20 anos como artesão e sempre venho para o evento vender minhas peças. Confesso que este ano não foi proveitoso para mim, pois as vendas não cobriram as despesas da viagem. Já vendi em feiras em outros estados do país e a diferença na valorização do meu trabalho é gigante. Lá para o Sudeste, por exemplo, consigo vender as peças a preços muito mais justos e ompensatórios", afirmou o artesão que confecciona cerca de 10 peças por dia.

G1amazonas

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