Notícia do dia 21/10/2013
Amputação de pés de pacientes portadores de diabetes em Parintins na grande maioria ocorre na metade da perna. Os procedimentos são feitos somente no Hospital Padre Colombo, com 70% dos pacientes da terceira idade. O ortopedista Renato Menezes não revela os índices por questões éticas da medicina, mas afirma que o município está dentro da média nacional.De acordo com o especialista até agora não se tomou nenhuma providência, no sentido de prevenção de deformidades e lesões nos pés, além de outros agravantes como hipertensão arterial e sedentarismo. A falta de cuidados com os pés acarreta pequenas lesões que são a porta de entrada para micro-organismos.
O ortopedista adianta que quer mais uma vez tentar sensibilizar a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para promover uma ação ampla de cuidados. “É ação contínua. Temos todos os meios, mas precisamos ter vontade de fazer”, destaca. Com isso, a tendência é decair o número de amputados. A velocidade reduzida de sangue nos pés facilita a proliferação de germes.
As alterações orgânicas desencadeadas pela diabetes atingem o sistema vascular. “Não ataca o músculo do coração. Ela acomete os vasos sanguíneos da retina. Ataca o sistema central de manutenção da vida do corpo por onde passa o sangue. Chega a um ponto de não passar sangue nenhum e o paciente começa a morrer”, explica Renato Menezes.
A doença causa cancelamento dos vasos sanguíneos e a região do pé é mais afetada por conta da distância até o coração, com ajuda da ação da gravidade. A diabete gera uma lesão vascular. Pacientes com diabetes, ferimentos são sinônimos de porta de entrada para bactérias causadoras de danos aos pés.
Há cerca de quatro anos, dois pacientes tiveram as pernas amputadas por terem retirado a cutícula das unhas dos pés. Assim, as bactérias promovem infecção e desencadeia destruição dos vasos sanguíneos. A infecção sobrepõe-se à ação da diabete. “Cada vez é somatório de ação sobre os vasos sanguíneos. Enquanto a infecção destrói, a diabete fecha os vasos sanguíneos e provoca a morte do tecido. Sem sangue, não tem vida”, acentua o especialista.
Especialista
O ortopedista orienta que cuidados com a obesidade, sedentarismo, alimentação, medicação correta e os pés levam qualquer pessoa a ter uma vida extremamente feliz e salutar. Durante os quase dez anos de trabalho na cidade, o ortopedista observa que a população ainda não sabe da importância dos cuidados da prevenção da integridade física dos pés.
Renato Menezes expõe que a saída é a atenção básica com um programa de ação específico de atendimento aos diabéticos, com toda estrutura do município, desde médicos aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Ao assumir interinamente a Semsa na última semana, Regina Maia, solicitou relatórios à Gerência de Saúde do Homem sobre os dados específicos de diabéticos em Parintins e como estão os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Sem as informações, a Semsa não tem como direcionar as ações de atenção primária e não se chegue a amputações.
A secretária interina reforça que os dados serão utilizados no planejamento da campanha de combate e conscientização ao diabetes, prevista para novembro. A campanha também visa detectar casos precoces.
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