
Crianças, vítimas preferenciais
O mais escabroso e inquietante é que são as crianças as maiores vítimas. Os casos de estupro de vulnerável - crianças e adolescentes - lideram as estatísticas, com 524 casos registrados pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) no primeiro semestre deste ano. As mulheres foram vítimas de 71 casos de estupro. De acordo com o delegado titular em exercício da Depca, Rafael Allemand, quem mais sofre com os abusos está na faixa etária de 12 a 15 anos.
Padrasto, o principal agressor
Ainda, conforme os dados levantados pela Depca com base de flagrantes, inquéritos policiais e investigações o padrasto é apontado como principal agressor. Em segundo lugar vem o pai das vítimas estupradas. “Lembrando que esses dados são da capital e já preocupam. No interior esse número ainda pode dobrar”, destacou o delegado Rafael Allemand.
Quem cala consente
Na Índia, o caso famoso da estudante que foi violentada por 20 maníacos e que morreu na semana passada, divide opiniões. A população em sua maioria se cala a respeito. Entre os homens, em Manaus, com frequência essa anomalia é vista com naturalidade. Na última essa quinta-feira, dia 08, a Depca registrou mais um caso de estupro contra uma criança de 11 nos, supostamente violentada na noite de quarta-feira, na comunidade Nova Floresta, Zona Leste. De acordo com a polícia, o suspeito do crime, que se identificou como namorado da vítima, o catador de sucata Gabriel dos Santos Rodrigues, 21, foi preso por policiais militares da 14ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom).
Famílias desestruturadas
Segundo o delegado Rafael Allemand, o crime foi descoberto após o desaparecimento da criança, na terça-feira. Segundo informações dos pais da vítima à polícia, a menina havia fugido de casa e, na noite de quarta, o pai dela recebeu a informação de que ela estava na casa de Gabriel. Policiais militares entraram na casa do suspeito, encontraram a menina e prenderam Gabriel em flagrante. Em depoimento, a vítima disse que havia conhecido o suspeito em uma igreja do bairro e relatou que iria morar com o catador de sucatas. Em depoimento, a criança disse que teve a primeira relação sexual aos 10 anos e contou que, na noite de quarta, fez sexo consentido com o suspeito na casa dele.
Conjunção carnal e anal
No Instituto Médico Legal (IML), exames de conjunção carnal, anal e corpo de delito confirmaram o abuso sexual. A criança passará por tratamento psicossocial da Polícia Civil. Gabriel foi levado para a Depca, onde foi autuado por estupro de vulnerável. O suspeito disse que só iria se pronunciar na frente de um juiz. Ele foi encaminhado à cadeia pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro. O estupro de vulnerável está previsto no artigo 217-A do Código Penal Brasileiro (CPB).
Escalada da violência sexual
No primeiro semestre deste ano, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e Adolescente (Depca) registrou ainda 672 casos de violência física contra criança e adolescentes, 332 denúncias de maus-tratos, 84 de lesão corporal e 78 inquéritos policiais instaurados para investigar o crime de abandono de incapaz. O delegado da Depca, Rafael Allemand, explica que os maiores agressores nesses quatro casos são os pais. Segundo ele, nesses crimes a mãe está na frente no ranking das agressões e o pai vem em segundo plano. Das seis zonas existentes na cidade, a mais problemática quando o assunto são os crimes contra a criança e o adolescente, segundo os dados fornecidos pela polícia é a Zona Leste. Nela estão concentrados mais de 669 crimes, nas diversas vertentes, registrados no primeiro semestre. Em segundo lugar a zona mais problemática é a Norte, com 533 registros.
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