Mulheres sofrem agressão, mas perdoam

Mulheres sofrem agressão, mas perdoam Notícia do dia 28/07/2013 Os sete primeiros meses de 2013 foram marcados por inúmeros casos de violência doméstica, registrados na 3ª Delegacia Especializada no Atendimento às Mulheres. As denúncias formuladas na Especializada estão relacionadas ao consumo de bebida alcoólica por parte dos agressores, na maioria dos casos, os próprios companheiros. A Especializada ainda não fechou o balanço das ocorrências.

Apesar do índice de denúncias ter aumentado, em função da Lei Maria da Penha, desde 2007, quando entrou em vigor, para a pedagoga Cleide Maria Lopes Freitas, 45, a violência diminuiu, mas cerca de 70% mulheres ainda apanham caladas no próprio ambiente familiar. “Nem 30% desses casos vem à tona”, analisa.

Ela observa que mais de 70% das mulheres continuam a sofrer violência por não terem independência financeira e coragem de denunciar o agressor. “Dependem dos maridos. Por conta disso, não conseguem se libertar dessa violência. Quando denunciam, no outro dia retiram a queixa”, afirma Cleide Maria.

Com a Lei Maria da Penha, o próprio vizinho pode denunciar, pois violência gera violência e crianças são afetadas. “Todos os dias crianças são mal tratadas, por também serem vítimas da violência doméstica. Se a mãe apanha do marido, vai querer descontar em alguém. Como ela não consegue bater nele, recorre ao mais frágil”, argumenta.

Insegura e preocupada, uma doméstica de 47anos, que optou não revelar o nome, critica o Governo por não amparar as vítimas com assistência, de acordo com o que prevê a Lei Maria da Penha. “Faltam políticas públicas voltadas à proteção das vítimas, pois a maioria é desempregada e depende financeiramente do companheiro”, desabafa.

Por Gerlean Brasil
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