
Apesar do índice de denúncias ter aumentado, em função da Lei Maria da Penha, desde 2007, quando entrou em vigor, para a pedagoga Cleide Maria Lopes Freitas, 45, a violência diminuiu, mas cerca de 70% mulheres ainda apanham caladas no próprio ambiente familiar. “Nem 30% desses casos vem à tona”, analisa.
Ela observa que mais de 70% das mulheres continuam a sofrer violência por não terem independência financeira e coragem de denunciar o agressor. “Dependem dos maridos. Por conta disso, não conseguem se libertar dessa violência. Quando denunciam, no outro dia retiram a queixa”, afirma Cleide Maria.
Com a Lei Maria da Penha, o próprio vizinho pode denunciar, pois violência gera violência e crianças são afetadas. “Todos os dias crianças são mal tratadas, por também serem vítimas da violência doméstica. Se a mãe apanha do marido, vai querer descontar em alguém. Como ela não consegue bater nele, recorre ao mais frágil”, argumenta.
Insegura e preocupada, uma doméstica de 47anos, que optou não revelar o nome, critica o Governo por não amparar as vítimas com assistência, de acordo com o que prevê a Lei Maria da Penha. “Faltam políticas públicas voltadas à proteção das vítimas, pois a maioria é desempregada e depende financeiramente do companheiro”, desabafa.
Por Gerlean Brasil
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