
“O tipo de rock que fazemos ninguém nunca fez por aqui”, disse Mouzart Melo. A BodóHell também se permite experimentar: misturando rock com o ritmo das toadas, “Boi vudu” é uma das músicas mais empolgantes da banda. Segundo Melo, a ousadia foi aprovada tanto pelo público quanto por quem é ligado aos bumbás.
A cena
Com algumas passagens por Manaus, a BodóHell nasceu em 2011 e atualmente é uma das quatro bandas de rock de Parintins. “Nós fazemos nosso espaço, já que ninguém abre a porta para um evento grande como o Festival Folclórico”, conta o vocalista a respeito da cena local, que começou a se delinear em meados dos anos 1990, com o sucesso dos festivais de dublagem no interior do Amazonas.A Praça da Liberdade é um dos pontos de encontro dos roqueiros da cidade e é considerada um marco do surgimento do rock em Parintins. Ainda assim, a ocupação dos espaços públicos pelas bandas de rock sofre resistência. “Vamos mostrar nosso trabalho e acabamos enfrentando o preconceito da polícia”, conta Melo. “Temos que ponderar bastante, senão perdemos a cabeça”.Apesar disso, para ele, fazer rock na Ilha é muito gratificante. “Adoro ver a reação das pessoas, os olhos arregalados”, brinca. “Fazemos porque gostamos, mesmo não ganhando dinheiro com isso”.
Leitura crítica
Músicas como “Boi vudu” refletem a leitura crítica que o power trio faz do que acontece na sua cidade. A “indústria do boi” é um dos principais alvos das letras irônicas da banda. “Torço pelo Garantido, mas me mantenho distante disso porque muita coisa acontece por trás, o que tira o brilho da festa”, desabafa Mouzart.
Via: A Crítica
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