Banda mistura rock com boi-bumbá

Banda mistura rock com boi-bumbá Notícia do dia 03/07/2013 Nem só de “dois pra lá, dois pra cá” vive a Ilha Tupinambarana. Indo contra uma cultura musical que alcança seu auge todo mês de junho, a banda parintinense BodóHell investe na música autoral para destilar suas críticas sociais e satirizar o próprio boi-bumbá. Formado por Mouzart Melo (vocalista e baixista), Tonny Miky (guitarrista), Estevan Bártoli (baterista) e Abrahão Almeida Cisne (baterista temporário), o grupo passeia por estilos como metal e heavy metal, com influências de AC/DC, Motörhead, Mutantes e Raul Seixas.

“O tipo de rock que fazemos ninguém nunca fez por aqui”, disse Mouzart Melo. A BodóHell também se permite experimentar: misturando rock com o ritmo das toadas, “Boi vudu” é uma das músicas mais empolgantes da banda. Segundo Melo, a ousadia foi aprovada tanto pelo público quanto por quem é ligado aos bumbás.

A cena

Com algumas passagens por Manaus, a BodóHell nasceu em 2011 e atualmente é uma das quatro bandas de rock de Parintins. “Nós fazemos nosso espaço, já que ninguém abre a porta para um evento grande como o Festival Folclórico”, conta o vocalista a respeito da cena local, que começou a se delinear em meados dos anos 1990, com o sucesso dos festivais de dublagem no interior do Amazonas.A Praça da Liberdade é um dos pontos de encontro dos roqueiros da cidade e é considerada um marco do surgimento do rock em Parintins. Ainda assim, a ocupação dos espaços públicos pelas bandas de rock sofre resistência. “Vamos mostrar nosso trabalho e acabamos enfrentando o preconceito da polícia”, conta Melo. “Temos que ponderar bastante, senão perdemos a cabeça”.Apesar disso, para ele, fazer rock na Ilha é muito gratificante. “Adoro ver a reação das pessoas, os olhos arregalados”, brinca. “Fazemos porque gostamos, mesmo não ganhando dinheiro com isso”.

Leitura crítica

Músicas como “Boi vudu” refletem a leitura crítica que o power trio faz do que acontece na sua cidade. A “indústria do boi” é um dos principais alvos das letras irônicas da banda. “Torço pelo Garantido, mas me mantenho distante disso porque muita coisa acontece por trás, o que tira o brilho da festa”, desabafa Mouzart.

Via: A Crítica
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