Crianças usadas pelos pais na ‘boca de fumo’

Crianças usadas pelos pais na ‘boca de fumo’ Notícia do dia 24/06/2013

O Conselho Tutelar constatou a reincidência do uso de crianças no tráfico de drogas em Parintins. Durante invasão das polícias Militar e Civil auma “boca de fumo”, na Rua 9 do Bairro União, no início da semana, dia 18, o Conselho Tutelar acompanhou duas crianças, uma de 9 e outra de 12 anos, usadas pela mãe, Leidiane Corrêa Pereira, 31, para esconder dinheiro e joias do tráfico.

Segundo a presidente do Conselho Tutelar, Nilciara Barbosa, outras três crianças estavam na escola no momento da operação. “Não só são reféns do tráfico, como passam a ser recrutadas para exercer a função, após a prisão dos pais. As crianças estavam na residência e presenciavam, talvez, até o uso de drogas ou a venda feita pela mãe. A gente percebe que elas também já têm aquele tino para comercializar”, declara.

De acordo com Nilciara Barbosa, a prática se torna comum, ao presenciar pequenas ‘bocas’ estouradas pela polícia, na maioria das vezes, têm crianças. A atribuição do Conselho Tutelar em relação aos casos de crianças em situação de vulnerabilidade nas residências usadas para comercialização de drogas é encaminhar aos familiares das pessoas presas. Após isso, é feito termo de entrega para os familiares até decisão da justiça.

Para ela, as crianças são usadas por terem a pena mais branda. “O pai é quem passa droga. Quando ele vai preso, já deixa a esposa. Quando ela vai presa, ficam os filhos. É um rodízio. Os filhos cumprem um determinado tempo de reclusão ou uma ação da justiça para 45 dias de internação. Eles cumprem a medida socioeducativa, mas voltam a fazer as mesmas coisas”, analisa a conselheira tutelar.

As crianças são encaminhadas ao Centro de Referência em Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) para passarem por acompanhamento psicológico. O Conselho Tutelar comunicou a delegada Ana Denise sobre com quem as crianças estão atualmente. Com a reincidência dos casos, presos, os pais das crianças podem até perder a guarda, por determinação judicial.

Flagrante

Após quatro meses de monitoramento, o serviço de inteligência da PMe investigadores da Polícia Civil, ao comando do delegado Ivo Cunha, prenderam seis pessoas da mesma família envolvidas no tráfico de drogas, no final da tarde de terça-feira, 18. A ação rendeu a prisão em flagrante de Leidiane Corrêa Pereira, 31, Ednei Corrêa Freitas, 21, Élio Freitas Ferreira Lopes, 35, e Ronald de Souza Marques, 23.

A operação também flagrou dois adolescentes, um de 16 e outro de 17 anos. Os policiais apreenderam uma pedra de pasta base de cocaína de 380 gramas, três rolos de papel com 116 gramas de maconha, 32 cabeças de pasta base de cocaína e R$ 797,00, resultado da comercialização do dia, além de três balanças de precisão. A polícia também encontrou duas bicicletas elétricas e motocicleta Honda BIZ descaracterizada.

O delegado Ivo Cunha considerou que Leidiane Pereira era a chefa do ponto de drogas. Leidiane Pereira aproveitou o período menstrual para tentar ocultar um anel e um cordão embaixo da calcinha. Uma investigadora da Polícia Civil observou a atitude suspeita, pediu a ela que retirasse a roupa e entregasse os materiais. Na abordagem, a Polícia verificou a utilização de duas crianças para esconder dinheiro e joias do tráfico.

Reincidência

Ivo Cunha informou que o serviço de inteligência da PM fez o levantamento da ‘boca de fumo’ e campana, até o êxito em pegar todos os envolvidos. O delegado disse que a família tinha ponto de venda de drogas na Avenida Paraíba, em frente ao Mercado Zezito Assayag, no Bairro Itaúna I, estourado em 2012. A polícia prendeu o chefe da “boca”, conhecido como Chiribita, e a esposa, Leidiane Pereira.

Enquanto o marido permaneceu preso, Leidiane ganhou liberdade, mas voltou a comercializar drogas, junto com parentes. A família mudou-se para a Rua 9 do Bairro União. Na opinião do delegado, a família é uma das maiores envolvidas na venda de droga na cidade. Indagada pela imprensa sobre o envolvimento no tráfico de drogas, Leidiane Pereira se mostrou agressiva e não quis comentar nada.


Gerlean Brasil

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