Parentes de vítimas de acidente aéreo querem denunciar Seduc

Parentes de vítimas de acidente aéreo querem denunciar Seduc Notícia do dia 16/05/2013

Parentes dos servidores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) que morreram na queda de um avião de pequeno porte, no dia 13 de maio de 2010, em Manaus , reclamam da falta de assistência por parte do órgão.

"A Seduc só deu apoio nos primeiros dias, depois nunca mais. Todos os trâmites do processo foram realizados, mas tudo isso caiu no esquecimento. Estamos até nos unindo novamente para ver se a gente corre atrás disso. Já fazem três anos e o descaso conosco é total. Estamos abandonados, parece até que morreu um animal", lamentou Roberto Serrão, comerciário, 46 anos, esposo de Cintia Regina, na época Secretária de Educação da Seduc.

De acordo com o marido de outra vítima, os familiares ainda não receberam qualquer tipo de indenização. "Nós não recebemos nenhum tipo de indenização. A Secretaria não se posiciona. Não recebemos apoio da empresa aérea. Eles saíram a serviço e nós ficamos a ver navios. Pessoas do alto escalão do Governo disseram que poderíamos procurá-los quando precisássemos, mas quando o fizemos eles nunca podiam atender", relata Israel Arcângelo, funcionário publico, 45 anos, esposo de Eliane Pacheco Braga.

A irmã de uma das vítimas também reclama da falta de apoio da Seduc. "Eles jogaram toda a responsabilidade para a empresa. Talvez eles nem lembram quem são os familiares das vítimas que estavam naquele avião", disse Elzilene Pacheco Braga, professora, 39 anos, irmã de Eliane Pacheco Braga.

Elzilene revela ainda que os familiares já pensam em entrar com o um processo contra a Secretaria. "Eles foram colocados num avião com mais de 20 anos de uso e sem manutenção. Hoje se for olhar o laudo pericial, o avião estava cheio de problemas e mesmo assim colocaram cinco vidas lá dentro. Estamos reunindo as famílias de novo e pretendemos sim entrar com um processo contra Seduc por causa desse descaso", completou Elzilene.

Elzimar Braga, também irmã da servidora Eliane Pacheco Braga, explicou que já existe um processo em tramitação, requerendo indenização em relação à empresa aérea Cleiton Táxi Aéreo (CTA). “Está previsto ocorrer uma audiência no próximo dia 22. O dono da empresa Cleiton deu o suporte necessário a nossa família acerca disso eles sempre estão dispostos a ajudar”, comentou.

Entenda o caso

Durante uma viagem de trabalho que levaria os funcionários para uma mostra de painéis no município de Maúes, a 260 quilômetros de Manaus, o avião acabou caindo no terreno do Colégio Salesiano Dom Bosco Leste, bairro Zumbi dos Palmares, Zona Leste de Manaus. As vítimas foram Cíntia Régia, então Secretária da Seduc, o piloto da aeronave e mais quatro funcionários da secretaria: Karla Patrícia Azevedo, assessora da secretária; Marivaldo Oliveira Couteiro, fotógrafo e assessor de comunicação; Eliana Pacheco Braga, gerente de monitoramento; Maria Suely Costa Silva, técnica do Departamento de Políticas e Programas Educacionais.

O G1 entrou em contato com a Seduc, mas até às 23h desta terça-feira (14), a secretaria não havia se posicionado sobre o caso.

O G1 também procurou a empresa Cleiton Táxi Aéreo, para verificar os processos de indenizações das famílias das vítimas. A empresa informou que somente o proprietário poderia falar sobre o assunto, mas não estava na sede da CTA e nem foi localizado.

Missa de três anos
Os familiares das vítimas se reuniram na noite de segunda (13) para a missa de três anos da morte dos servidores. A cerimônia foi marcada por depoimentos carregados de emoção por parte dos familiares. "Ainda é muito difícil aceitar essa partida, porque essas pessoas marcaram nossas vidas de uma forma muito bonita e importante. Temos que pedir para Deus nos confortar e aliviar a nossa dor, porque só ele sabe o que ainda sentimos", disse a professora Elzilene Pacheco Braga, de 39 anos, irmã da gerente de monitoramento Eliana Pacheco Braga, durante a missa.


Via G1amazonas

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