Enchente já afeta produção agrícola no Amazonas

Enchente já afeta produção agrícola no Amazonas Notícia do dia 16/05/2013

Após 55 mil produtores amargarem prejuízos de R$ 130 milhões em 2012, a produção dos setores da agricultura e pecuária do Amazonas terá que enfrentar novas perdas com as cheias dos rios no estado neste ano, segundo previsão da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA). A subida das águas já atinge a produção de fibra e alimentos, além da criação bovina no interior amazonense. Autoridades estudam medidas de apoio a produtores afetados na região.

Apesar da estimativa de perdas serem inferiores em relação aos prejuízos registrados nos anos de 2009 e 2012, quando ocorreram cheias históricas, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado aponta que a subida das águas irá impactar severamente as produções rurais.

O presidente da FAEA, Muni Lourenço, explicou que as consequências da cheia com prejuízos nas produções são mais críticas na calha do Rio Juruá , nas Regiões do Baixo Amazonas e Alto Solimões. Dentre as cidades afetadas, o cenário é considerado preocupante no município de Eirunepé (1.159 km distante de Manaus), que teve situação de emergência decreta.

"A cheia neste ano em Eirunepé já é considerada maior do que a de 2012. Porém, de maneira geral as demais calhas de rios estão demonstrando que vão ficar abaixo dos níveis registrados no ano passado, mas será intensa e causará prejuízos”, avaliou o representante.

Em Autazes, a 112 km de distância da capital, os efeitos negativos da cheia começaram a ser vivenciados pelos produtores rurais do município, que iniciaram o processo de transferência do rebanho bovino para áreas mais distantes das margens do rio.

"Com o nível da água do rio subindo rápido, os criadores estão sendo obrigados a transferir o gado das áreas de várzea para locais com terra firme. Os animais também terão que ser alimentados com ração, assim prevendo as consequências da cheia vamos ter que estocar ração. Encarecendo a produção porque os custos aumentam, muitos criadores de gado precisam pagar aluguel em pastos", revelou Muni Lourenço.

Além da pecuária, as produções agrícolas das culturas de várzea são as mais atingidas com o avanço das águas. Dentre elas, o plantio de fibras vegetal como a juta e a malva, hortaliças e frutas.

“A juta e malva atualmente geram emprego e renda para 20 mil pessoas envolvidas na atividade, colocando o Amazonas no posto de maior produtor brasileiro de fibra vegetal. A cheia provoca queda na renda e quebra de safra, repercutindo no preço dos produtos no mercado”, informou o presidente da FAEA.   

Ações
Para sugerir medidas voltadas à assistência dos produtores rurais afetados pelas cheias no Amazonas e definir pleitos que serão encaminhados aos órgãos públicos, integrantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado se reúnem nesta segunda-feira (29), na sede da entidade. A renegociação de dívidas dos produtores rurais atingidos pela cheia está entre os pontos que serão discutidos na pauta.

“Os produtores rurais afetados pela cheia não terão como pagar as dívidas porque perderam a produção. Até a primeira quinzena de maio vamos analisar para se for o caso propor a renegociação das dívidas rurais, a concessão de financiamentos especiais para os produtores prejudicados possam se manter e alguns comprar ração para o gado”, enfatizou Muni Lourenço.

Situação de Emergência
A subida dos rios que banham o estado já provoca transtornos em várias localidades do Amazonas, sendo que nos municípios de Apuí, Ipixúna, Itamarati, Carauari, Eirunepé e Canutama decretaram situação de emergência. Segundo a Defesa Civil, dois municípios já entraram com a documentação para decretar estado de emergência também: Guajará e Juruá.  Ainda estão em situação de alerta Tabatinga, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença e Santo Antonio de Iça.

Via G1amazonas

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