Medo dos agressores inibe denúncias contra abuso sexual infantil

Medo dos agressores inibe denúncias contra abuso sexual infantil Notícia do dia 28/04/2013 A realidade constatada pelos conselheiros tutelar que atuam no município de Parintins é que as denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes são feitas tardiamente, depois da criança já ter sido molestada diversas vezes e na maioria dos casos as vítimas permanecerem caladas por medo de ameaças dos agressores, que  muita vezes são até mesmo parentes próximos.

As denúncias são registradas todos os dias no Conselho Tutelar por pais, professores, vizinhos e enfermeiros sobre crianças que são vítimas de violência sexual ou psicológica, a maioria dos casos são de meninas entre idade de dois a 12 anos.

Diante dos índices crescentes de revelações de casos envolvendo violências de todas as formas a menores de idade, o conselho tutelar vem prestando assistência a essas vítimas encaminhando para acompanhamento com psicólogos e auxiliando nos processos burocráticos do Ministério Público do Estado e Polícia Civil. “Nosso papel é cobrar que as providências sejam tomadas e encurtar o caminho”, disse o conselheiro Carlos Rojas.

Ele explica que a dificuldade em resolver os casos na delegacia e no MPE, por conta a burocracia, é um dos grandes empecilhos. “Uma pessoa do interior se fosse procurar a delegacia e outros órgãos iria demorar, a pessoa passaria dias aqui, com a presença do conselho as coisas ficam mais fáceis”, declarou Rojas. Essa semana o Conselho Tutelar recebeu duas denúncias que estão sob o processo de investigação, uma envolve o caso de um professor que se insinuava às alunas e outro sob o abuso sexual em uma deficiente física.

Causas
Pessoas que praticam abusos sexuais, geralmente são enquadradas como indivíduos que tem transtornos de preferencia sexual, esses transtornos variam em fetichismo, pedofilia, exibicionismo entre outros.

O psiquiatra e coordenador da saúde mental do Capes Laerte Maues, afirma que esses transtornos são adquiridos de acordo com o convívio social e com o núcleo familiar, “São situações que nós não percebemos e nos colocamos para o nosso filho. O núcleo de uma pessoa é baseado no genótipo que é a carga genética e o fenótipo adquire na vivência no decorrer da vida, essas informações indicam se você está ou não adaptado as situações sociais”, declara o médico.

Juliana Cristina
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