Policiais da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT) prenderam na noite de ontem dois suspeitos de terem violentado uma turista estrangeira em uma van, no Rio de Janeiro. Jonathan Foudakis de Souza, de 20 anos, e Wallace Aparecido Souza Silva, 22 anos, são acusados de abordar o veículo na manhã de sábado, no bairro de Copacabana, na Zona Sul carioca. Em seguida, obrigaram os outros passageiros a descer da van e mantiveram como reféns a turista e seu namorado, também estrangeiro.
O casal ia para a Lapa, zona turística no Centro do Rio, mas foi obrigado a seguir com os criminosos para São Gonçalo, na Região Metropolitana fluminense. Eles foram forçados a fazer saques em caixas eletrônicos e compras em postos de gasolina em Niterói e São Gonçalo onde, mais tarde, os homens foram presos. Conforme a prefeitura, o dono da van teria sublocado o veículo para os bandidos. O transporte também estaria autorizado a circular só por São Gonçalo e Niterói - não podendo fazer trajetos na capital.
De acordo com informações da Polícia Civil, os suspeitos teriam abusado sexualmente da turista no trajeto, enquanto o namorado foi espancado. As vítimas foram liberadas em Itaboraí, também na Região Metropolitana do Rio, e procuraram a polícia para denunciar os criminosos.
Investigação
O aparelho celular de um dos turistas foi encontrado em poder dos acusados. Na delegacia, as vítimas reconheceram Jonathan e Wallace como autores do crime. Um terceiro suspeito de participar da ação, que não teve sua identidade revelada, está foragido.
A polícia não quis revelar a nacionalidade dos turistas, para preservar a identidade do casal. Os jovens, de cerca de 20 anos, são de países diferentes e "têm vínculos profundos com o Brasil", afirmou o delegado Alexandre Braga, titular da Deat.
Ao ver as fotos dos acusados na imprensa, uma outra vítima, brasileira, também reconheceu Jonathan e Wallace como autores de um estupro ocorrido no dia 23 do mês passado, nas mesmas condições.
Os acusados devem ser indiciados pelos crimes de roubo, estupro e corrupção de menores. Há informações de que uma criança teria sido cooptada para participar do crime, mas acabou descendo da van.
Segundo o delegado, três circunstâncias ainda poderiam aumentar a pena pelo crime de roubo: privação de liberdade, o fato de ter sido cometido por mais de uma pessoa e o uso de uma barra de ferro como arma. "Se os acusados fossem condenados à pena máxima, o que é muito difícil, as penas poderiam chegar a 29 anos de prisão", declarou Braga.
Os acusados seriam encaminhados para a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, e, posteriormente, enviados para um presídio no Rio. As vítimas passaram por exame de corpo delito e a jovem foi medicada contra doenças sexualmente transmissíveis.
Mariana Durão - estadao.com.br