Liberação do aeroporto Júlio Belém depende de manejo de urubus

Liberação do aeroporto Júlio Belém depende de manejo de urubus Notícia do dia 24/03/2013

Na tentativa de amenizar a presença de urubus no Aeroporto Júlio Belém, a prefeitura está investindo R$ 2,5 milhões em intervenções na lixeira que fica nas proximidades da área aeroportuária. A medida tenta diminuir o impacto que o problema traz ao setor turístico da cidade, já que uma decisão da Justiça Federal impede o pouso de aeronaves durante o dia, sendo liberado somente entre 19h e 5h.

 No período do Festival Folclórico, a chegada de pessoas é mais intensa. No ano passado, por exemplo, cerca de 86 mil turistas prestigiaram o evento. Porém, para a prefeitura, o número de  visitantes poderia ser maior se os entraves na infraestrutura dos acessos à cidade fossem solucionados.

Segundo o prefeito Alexandre da Carbrás, em novembro de 2012, antes de assumir o cargo, ele procurou o Ministério Público Federal (MPF), que também está arrolado na ação para discutir o risco do aeroporto. “Esse é um problema que nos preocupa porque Parintins é uma terra de cultura e turística. Não podemos ter uma terra turística com sua porta de entrada aberta apenas pela metade, ou seja, apenas voos noturnos”, avaliou o prefeito.

Solução

Para amenizar a situação, o Poder Municipal está aterrando o lixo acumulado no local para evitar que os urubus sejam atraídos para área nas proximidades do aeroporto. “O município está fazendo a parte dele combatendo as lixeiras que atraem os urubus. Desde janeiro, estamos investindo R$2,5 milhões para diminuir a quantidade de urubus na lixeira. Esse é um trabalho difícil e contínuo. Enquanto executamos medidas paliativas, estamos trabalhando para encontrar soluções definitivas”, esclareceu Carbrás.

O prefeito anunciou que se reunirá nos próximos dias com governador  Omar Aziz, quando pretende informá-lo do problema. Além disso, o gestor pretende tratar do assunto em audiência com juiz responsável pelo caso. “Vamos mostrar que o município com nova gestão está preocupado e pretende solucionar o problema. Não queremos tentar abrir o aeroporto através de liminar”, enfatizou.

Já a retirada da lixeira, que solucionaria o problema da alta população de urubus no Aeroporto Júlio Belém, depende de viabilidade financeira. A logística do novo local de descarte dos detritos, que fica distante da área urbana de Parintins e entre divisa entre Amazonas e Pará, é considerado o fator negativo do projeto. “Existe um estudo do estado mostrando que só há dois locais apropriados para receber o lixo de Parintins, que ficam localizados na Vila Amazônia. Porém, nossa grande problemática nesse momento é viabilizar o escoamento desse lixo para Vila Amazônia porque hoje gastamos até R$ 350 mil na coleta do lixo e para escoá-lo. A grande questão é que esse custo será elevado até quatro vezes mais para o escoamento na Vila Amazônia. Por isso, temos que estudar o assunto com cautela para não comprometer os cofres do município”, explicou o prefeito.

Meios viáveis

Alternativa de implantação do serviço de incineração do lixo da cidade também é avaliada pela prefeitura. “Juntamente com o governo do estado, estamos estudando a hipótese de trazer um incinerador para Parintins, que diminuiria em 80% nosso problema com lixo. Mas temos que verificar também quanto isso irá nos custar”, justificou.

Terminal Fluvial

Embora tenha passado por reforma em 2011 que custou R$ 9,3 milhões, o Porto de Parintins ainda não comporta atracação de transatlânticos e outras embarcações de grande porte. O problema é apontado pela Prefeitura como um dos entraves que afetam o desembarque de turistas na cidade.

“Acredito que o porto deve ser repensado a médio e longo prazo. Exemplo disso, que o terminal atual não aguenta atracação de navios. As amarras do porto não são apropriadas, isso é um absurdo. Os navios que estão vindo para Parintins, que não são poucos, tem que parar no meio do rio e o visitante seguir de bote até o desembarque. Os turistas que vêm da Europa e dos Estados Unidos deixam de visitar a cidade para não passar por isso. Um navio com cinco mil turistas, se 300 descerem, é muito”, reclamou Alexandre da Carbrás.

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