Sylvio Puga defende reforma para dinamizar a Universidade Federal

Sylvio Puga defende reforma para dinamizar a Universidade Federal Notícia do dia 12/03/2013

Fazer uma reforma administrativa e desburocratizar a instituição de Ensino Superior são medidas emergenciais que devem ser adotadas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), de acordo com o professor Sylvio Puga, candidato a reitor. O professor enfatizou ainda que é preciso derrubar os muros da universidade e torná-la mais próxima da comunidade. Nessa entrevista, o candidato falou sobre essa mudança que deve acontecer para a instituição poder acompanhar a sociedade.

Com a chapa 33 e o Movimento: ‘Uma Nova Ufam vai nascer’, quais os principais aspectos contemplados?

A Ufam precisa passar por uma ampla reforma administrativa. Ela cresceu na última década, mas a estrutura continua inalterada e essa permanência dessa estrutura inalterada, faz com que os problemas se agravem. Por isso, logo que assumirmos, vamos apresentar ao Conselho Universitário uma proposta de reforma administrativa. Vamos contemplar os setores que estão enfrentando dificuldades, para que sejam resolvidos de forma democrática. Aí sim, com uma modelagem mais justa e eficiente, podemos enfrentar os problemas que a instituição enfrenta.

Que tipo de burocracia daria para acabar? 

A promoção dos professores hoje em dia tem todo um ritoem colegiados. Nãovamos eliminar os colegiados, mas podemos torná-los mais ágeis. Têm professores que para conseguir uma promoção leva de um a dois anos para acontecer isso. Em outros órgãos com muito mais funcionários, a promoção é imediata. Já na universidade tem todo um processo, que muitas vezes, causa desestímulo e faz com que o professor perca tempo pegando documentos ao invés de focar na pesquisa no ensino. Não vamos passar por cima de ninguém, mas é preciso desburocratizar e simplificar.

Caso o Movimento: ‘Uma nova Ufam vai nascer’ vença, quais serão as medidas prioritárias durante os primeiros cem dias de gestão?

A primeira coisa, vamos apresentar um pacote de reforma administrativa, ou seja, arrumar a casa. Essa reformulação será feita nos primeiros 30 dias. Depois, vamos implementar os projetos que entendemos ser importantes para que a universidade nos próximos quatro anos, cresça.

Por exemplo, no âmbito da pós-graduação, lançar projetos de programa de pós-graduação que estejam latentes na instituição, nós temos pesquisadores qualificados e aptos, e precisamos de que esses pesquisadores fornecem seus projetos para podermos oferecer novos cursos de pós-graduação sem prejuízos dos demais. Outra coisa, nós temos pesquisa nível 1, do CNPq da Ufam. Precisamos ampliar isso. Para esses professores que faltam pouco, temos que discutir com o Conselho Universitário para que eles tenham um período para se dedicar somente à pesquisa, para que assim, possa atingir esse nível 1 na próxima avaliação.

No ensino de graduação, vamos ampliar o fomento de assistência estudantil para manter o aluno dentro do curso. E vamos fazer cada vez mais para que esse aluno de graduação tenha um acompanhamento institucional. Hoje o seu acompanhamento é fracionado.

O ensino de graduação é de responsabilidade da Pro-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) e a assistência estudantil é da Pro-Reitoria para Assuntos Comunitários (Procomun). Queremos trazer a assistência estudantil para a Proeg, para que assim, o aluno tenha um atendimento integral da sua vida acadêmica e da assistência estudantil.

Como aumentar esse valor da assistência estudantil? 

Pretendemos aumentar esse valor, que corresponde a um percentual do orçamento geral da universidade, onde o governo federal manda. Existe ainda um programa do governo federal mais específico, que nós vamos demandar junto à bancada federal para da ampliação desses valores. Vamos explicar que precisamos a ampliação desses valores, para que os alunos que vêm do interior possam terminar o curso.  A universidade tem de ter uma política muito clara de assistência estudantil e apoio pedagógico.

Nos últimos dias, veio à tona mais uma vez a polêmica da ocupação das vagas dos cursos mais concorridos da Ufam por alunos de outros Estados. Como pretende resolver isso? 

Nós podemos adotar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como parte da nota e a outra, ser um processo seletivo macro específico da universidade, como já tivemos no passado. Queremos que a nossa comissão de vestibular atue para o fim que foi criado. Temos que dar oportunidades para que os nossos jovens concorram numa condição de, pelo menos, de equilíbrio. Hoje está desequilibrada, na medida em que a universidade abriu mão de realizar o seu processo seletivo. Cabe à universidade, que as pessoas formadas permaneçam nos seus locais.  É preciso uma fase local de seleção, até para valorizar a nossa universidade. As grandes universidades não adotaram o Enem plenamente. O aluno daqui não é menos inteligente do que de outro Estado. Me formei aqui, estudei fora e nunca me senti menor do que ninguém. O que entendemos é que se temos uma comissão de vestibular, por que não fazer aqui. Quando a gente deixar de fazer, é como se tivéssemos dizendo que não temos condição.

O Ensino de Pós-graduação é uma das bandeiras da chapa?

Sim. Queremos ampliar a pós-graduação latu senso como stricto sensu. Queremos expandir tanto aqui em Manaus como no interior do Estado.

Texto: Annyelle Bezerra . [email protected]

 

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