
Jimmy Robert, Rodrigo de Moraes e Juan Pablo Bruno Cláudio de Magalhães, envolvidos nos homicídios, estão em celas isoladas em três unidades prisionais diferentes.
Manaus - Ameaças de morte por parte dos presidiários forçaram a polícia a isolar em celas separadas e em presídios diferentes os três indiciados pelos assassinatos na família Belota. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus) teme que uma rebelião possa ser iniciada pela presença dos suspeitos.
“Quando chegam pessoas que cometem este tipo de crime, o ânimo nas unidades (prisionais) fica muito alterado a ponto da gente não permitir que eles fiquem juntos com os demais presos”, explicou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Márcio Rys Meirelles.
Segundo ele, não há previsão para Jimmy Robert, Rodrigo de Moraes e Juan Pablo irem para uma cela comum. “Tudo vai depender do comportamento dos presos. O monitoramento é feito 24 horas, mas há um risco muito grande porque o crime cometido por eles não é aceito pelos próprios detentos”, ressaltou.
De acordo com Meirelles, a grande repercussão dos crimes, a forma como foram executados e o grau de violência geram revolta dentro das unidades prisionais.
O trio ocupa celas em três unidades diferentes por questão de segurança e para evitar rebeliões. Jimmy, que já confessou ser o mentor da morte do próprio pai, Roberval Roberto Prima, da tia Gracilene Belota e prima, Gabriela Belota, está na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) na zona leste. Rodrigo de Moraes está no Centro de Detenção Provisória (CPD), situado no quilômetro 8 da BR-174, rodovia que liga Manaus a Boa Vista/RR, e Ruan Pablo Bruno Cláudio ficou no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), também na BR-174, no mesmo ambiente do CPD.
Os três indiciados foram encaminhados às unidades prisionais por volta das 23h de quarta-feira. “Foi feito neste horário porque os presos estão recolhidos e todo mundo na ‘tranca’. Se fosse feito durante o dia, com certeza haveria manifestação dos presos”, explicou Meirelles.
O comportamento dos três tem sido normal nas unidades prisionais. Segundo o secretário, não manifestaram nenhuma reação e têm evitado falar sobre o assunto.
De acordo com o secretário-executivo da Sejus, coronel Bernardo Encarnação, Jimmy é quem corre o maior risco. “Pelo fato dele ser membro da família, o torna mais visado pelos demais presos”, citou.
O secretário executivo afirmou que até a tarde desta sexta-feira apenas a irmã de Jimmy o havia visitado. Jamile Brito-Merbach esteve com o irmão por volta das 11h de quinta-feira e ficou na UPP entre15 a20 minutos. “Até o momento (ontem à tarde) não houve mais nenhum pedido de familiares para visitar os presos”, informou.
As celas possuem três metros de largura por quatro de comprimento e dispõem de uma cama e um banheiro interno. “A cela é comum e igual a dos demais presos. Não se trata de um privilégio (eles estarem isolados), mas de uma questão de segurança. A partir do momento em que estas pessoas são encaminhadas para o sistema prisional, sua integridade física é responsabilidade do Estado”, salientou Encarnação.
Reconstituição
O delegado de Homicídios e Sequestros, Divanilson Cavalcante, responsável pelo inquérito policial do caso, disse que ainda não é possível saber se haverá a reconstituição do crime. “Isto vai depender se houver alguma contradição entre os depoimentos dos suspeitos ou alguma dúvida a ser dirimida”, explicou.
Segundo Cavalcante, os três foram indiciados por homicídio triplamente qualificado e foram presos em flagrante pelo crime. A pena, pela morte de cada vítima, pode alcançar 30 anos de prisão. A pena de triplamente qualificado ocorre porque o crime foi cometido por motivo torpe - no caso, por dinheiro -, meio cruel e, ainda, sem recurso de possibilidade de defesa das vítimas, amarradas e assassinadas.
O inquérito policial será concluído até a próxima semana. “No entanto, já virou processo porque o auto de prisão em flagrante já está em poder do juiz”, informou o delegado.
O Caso
1 O publicitário Jimmy Robert de Queiroz Brito, 30, confessou na noite da última quarta-feira ser o mandante das mortes do pai Roberval Roberto Brito, 63, da tia Maria Gracilene Belota, 59, e da prima Gabriela Belota, 26, assassinados na última segunda-feira.
2 Jimmy contou com a participação de Rodrigo de Moraes, 19, e de Ruan Pablo Bruno Cláudio de Magalhães, 18, para assassinar as três pessoas, segundo o delegado de Homicídios e Sequestros, Divanilson Cavalcanti.
3 Os três suspeitos já confessaram os crimes e estão presos.
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