Casa da Cultura é tema de debate na Câmara Municipal

Notícia do dia 30/11/2013

A situação da Casa da Cultura no município de Parintins foi o assunto debatido na audiência pública ocorrida na manhã desta sexta-feira, 29 de novembro, na Câmara Municipal de Parintins. Solicitada pelo vereador Maildson Fonseca (PSDB), a discussão teve a participação de movimentos sociais e estudantis, da administração pública municipal, sociedade civil e dos vereadores Mateus Assayag (PSDB), Everaldo Batista (PROS) e Ernesto Cardoso (PTN). A audiência dividida em três blocos foi presidida pelo presidente em exercício da Câmara, Gelson Moraes (PROS). 

No início dos debates, Maildson Fonseca afirmou que a cultura de Parintins está além dos bois Caprichoso e Garantido. ?Temos muitos movimentos culturais, como pastorinhas, hip-hop, entre outros. O povo até então na década de 90 foi agraciada com a Casa da Cultura. Anos se passaram, trocaram administrações e prefeitos. O povo resolveu sair às ruas e clamar por aquele espaço. O que aconteceu de fato com os recursos que eram para ser aplicados de forma correta e que hoje evitaria até mesmo essa audiência pública??, questionou o vereador.

No primeiro bloco, intitulado ?Movimento Parintins sem fantasia?, a educadora popular, professora Fátima Guedes, manifestou sua indignação quanto a inércia do poder público em resolver a problemática.No segundo bloco, que tratou o abandono da Casa da Cultura, encobrimento da corrupção e a necessidade de ter um espaço voltado para a cultura, o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Rafael Bellan, disse que a Casa da Cultura já é, de fato, a casa da cultura, mas de forma alternativa, pois já abriga movimentos culturais e sociais, mesmo em estado de ruínas.

?É um espaço onde estamos inserindo a cultura, devolvendo ela ao povo, é aberta a todos e lá realizamos várias atividades, com a participação da UEA, Ufam, shows culturais?, diz o professor, que pediu ainda a reforma ou conclusão da obra. Antes do pronunciamento do professor, um vídeo foi exibido, apresentando o surgimento do movimento e as manifestações de várias entidades, assim como a ocupação das ruínas da Casa da Cultura.

No terceiro bloco, destinado para a sessão de uso, o professor da Ufam, Alexsandro Medeiros, avaliou que o problema pode ser resolvido a médio e longo prazo e apresentou alternativas que podem ser executadas pelo poder público. Além disso, ele pediu que a sociedade em geral colabore com as discussões e melhorias para o espaço. ?Faço um pedido aos vereadores que sejam interlocutores, junto a prefeitura, para que a Casa da Cultura seja usada como espaço dos movimentos sociais?, solicitou o professor, que discorreu ainda sobre o encobrimento das ruínas com placas e outdoors.

Representando o prefeito Alexandre da Carbrás, o procurador do município, Edy Maia, explicou que é de vontade do chefe do executivo resolver o problema. Ele apresentou os números de quanto foi destinado para a obra da Casa da Cultura e quanto foi gasto. ?A obra está sob júdice e cabe a Justiça proceder, não estou aqui para apontar culpados, pois isso cabe ao poder judiciário, quando apurar todas as informações?, afirma.

Sobre a destinação do espaço para as finalidades apontadas pelos movimentos, Edy Maia explicou que não pode ser feita de qualquer jeito, mas que a prefeitura está aberta a diálogo. ?É um espaço e um bem público que não pode ficar como está?, declarou. A controladora do município, Eliane Melo, também se manifestou e disse que se for houver respaldo do Ministério Público, a Casa da Cultura poderá ser cedida como espaço utilizado para as necessidades do movimento, mesmo em processo judicial.
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