Parintins perde ?Colorau?, uma das figuras mais emblemáticas

Notícia do dia 23/11/2013

?Se foi pobre não me lembro?. Essa frase fica na memória de Parintins pela partida do irreverente, autêntico e uma das figuras mais emblemáticas, o aposentado Francisco Xavier de Souza, aos 80 anos, o popular Colorau, morador da Rua Clarindo Chaves. A citação é da época em que atuava como carroceiro pelas ruas da Ilha Tupinambarana.

Ele não resistiu a complicações cardiorrespiratórias e morreu na própria residência na tarde de quinta-feira, 21.  Ele nasceu na comunidade Santo Antônio do Paraná do Arari em 1933. Filho de João Pereira de Souza, fundador da Agrovila do Caburi, natural de Quixeramubin, Ceará, retirante das secas assoladoras do Nordeste.

Passou parte da infância no Paraná do Arari e depois se mudou para o lago do Caburi, fugido de grande enchente, quando pai lançou da comunidade São Sebastião. Francisco Xavier foi agricultor, ajudante de pedreiro na construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, carroceiro e produtor de mudas de plantas, tanto frutíferas, quanto ornamentais.

Teve sete filhos, de dois casamentos. O último dos homens, de 23 filhos, tinha grande paixão pelo Flamengo do Rio de Janeiro, Grupo Musical ?Demônios da Garoa?, na qual a música preferida era ?Trem das Onze?, e o Amazonas Esporte Clube. Ele viveu momentos difíceis há dois anos ao cair e bater a cabeça na calçada de casa.

Fez cirurgia delicada e se recuperou do acidente. No Caburi, trabalhou na usina de açúcar mascavo da família. O apelido recebeu do Padre Pedro Vignolla, vigário da catedral, na então Prelazia de Parintins, na década de 1960. O ajudante carregava massa na obra da catedral e a exposição ao sol deixava a pele branca ?avermelhada?.   

        

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