Uma faixa de 137 hectares, compreendidos por dois lotes de terra, é a área definida para receber o projeto emergencial do aterro controlado de Parintins. A área é desmatada e fica no quilometro seis da estrada do Assentamento Vila Amazônia, próxima a Colônia Flor de Maio. O anúncio foi feito na manhã de quinta-feira, 22, pelo diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Antônio Stroski, no Centro de Atenção ao Turista (CAT).
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) liberou a área para implantação do aterro emergencial até o final do verão deste ano. O diretor-presidente discursou que a necessidade de desarticular o local em uso e mudar existe desde quando o Ministério Público moveu ação civil pública contra o município. Levou-se em consideração que se fosse outro local seria muito distante e o custo operacional inviável para a Prefeitura.
Stroski diz que a urgência da transição se deu pelo motivo do Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), não querer ter mais como vizinho o aterro controlado atual. Apesar de o aterro controlado diminuir o foco de atração de urubus, se não for feito nada para mudar, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) comunicou que vai fechar o aeroporto, inclusive para operações noturnas.
Tanto o IPAAM, quanto o Governo do Estado, tem preocupação com a situação econômica do município pelo potencial turístico, se o aeroporto não operar regularmente. ?A questão ambiental é colocada como necessidade urgente, assim como a situação do risco aviário?, enfatizou. A construção do aterro na Vila Amazônia só ocorre licenciada pelo IPAAM que tem critérios e exigências para o monitoramento do controle ambiental.
Células de trincheira
Segundo o IPAAM, o aterro vai funcionar com células na forma de trincheira onde haverá escavação até determinada profundidade para colocação dos resíduos embaixo do solo. Os caminhões com resíduos irão para o interior das trincheiras fazer descarregamento, operação e recobrimento. Para Stroski, do ponto de vista estético, fica bem no primeiro momento, devido os resíduos serem colocados até o nível da superfície do solo para recobrimento e recomposição da paisagem.
Em relação à preocupação dos moradores quanto aos impactos ambientais, o IPAAM assegura colocar exigências e procedimentos para execução e operação. De acordo com Antônio Stroski, na área houve a sondagem do solo para verificação da permeabilidade através de estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) deu parecer favorável para a implantação do aterro na área.
Processo de transporte
Após ter negociado com o INCRA, o diretor-presidente do IPAAM entende que os benefícios da mudança são para todo o município. ?Agora a gente não pode resolver um problema e penalizar a comunidade. Isso não vai acontecer?, certificou. Para não perturbar o núcleo urbano da Vila Amazônia, nem das pessoas as margens da estrada, a operação de descarregamento contará com porto específico desde a cidade até chegar à área do aterro.
Nesse aspecto, o Governo do Estado garantirá apoio para a Prefeitura executar o transporte de balsas da cidade ao porto de chegada, próximo a área, para os caminhões levarem os resíduos ao aterro. Antônio Stroski explicou que o aterro de transição é até agosto de 2014 para posteriormente ser implantado o aterro sanitário definitivo na área, conforme a política nacional dos resíduos sólidos. O município deve desenvolver plano de operação no aterro.
O
diretor-presidente do IPAAM acrescentou que o maior desafio da população para
solucionar o problema do lixo é gerar menor quantidade de resíduos e ter
consciência ambiental. Para a mudança, a Secretaria de Estado da Infraestrutura
(Seinfra) fez levantamento orçamentário. O engenheiro da Seinfra, Ângelo
Franklin, concluiu que fecharia o orçamento até o final de semana, estimado em
R$ 3 milhões.
Por Gerlean Brasil
