Economia em alerta!

Notícia do dia 29/07/2013 O comércio de Parintins já sente o reflexo da falta de circulação de dinheiro na cidade, notado com a queda do movimento nas lojas, e com o risco iminente de um possível colapso na economia parintinense, principalmente em agosto, considerado pelos varejistas como o ?mês vilão?. Alguns destes comerciantes associam esta situação à instabilidade institucional, em decorrência da série de demissões de servidores públicos, com a mudança no governo municipal, enquanto outros atribuem à crise financeira mundial.

No principal centro comercial da Ilha Tupinambarana, a Rua João Melo, a redução do movimento nas lojas é observada com frequência. O proprietário da Loja HM, Claudinei Braga, considera o movimento péssimo, devido à economia de Parintins se sustentar, principalmente, no pagamento do funcionalismo público. ?O primeiro semestre de 2013 foi bom. Nós tivemos um bom desempenho em vendas, em relação ao ano passado. Só que agora no segundo semestre houve uma virada e realmente está preocupante?, diz.

Expectativa
De acordo com o empresário, o movimento caiu assustadoramente. ?Para quem vende a crédito, o reflexo chega a ser maior. As pessoas podem não ter dinheiro, mas em condição normal, compram. As pessoas não estão comprando e a gente sente que a inadimplência dos pagamentos também aumentou. Ainda é pequena, pois o segundo semestre começou agora, mas existe uma tendência. É o momento que a gente se prepara para as compras de final de ano?, pontua.

As lojas se preparam para as festas de final de ano geralmente nos meses de junho, julho e agosto, por conta da distância até os fornecedores, concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país. Para Braga, se for feita uma compra além do que o mercado pode absorver, passará a ter dívidas ?monstruosas?. ?É um momento delicado que observamos para ver o que vai acontecer no futuro, mas existe uma tendência forte de queda econômica?, reitera.

A circulação financeira, a partir do funcionalismo público Municipal e Estadual, equivale a mais de 50% da economia de Parintins. A Loja HM trabalha diretamente com funcionalismo do Estado, e conta também, com uma boa parte de clientes da prefeitura. Há 10 anos no mercado, a Loja HM nunca teve problemas com atraso de pagamento de funcionários do Estado, por conta do calendário ser cumprido corretamente. Já em relação à Prefeitura, independente de qual governo, varia o pagamento e complica a vida, tanto do comércio, quanto das famílias. Ele considera um problema em escala que não é só da Prefeitura, do servidor e comerciante. O empresário afirma que por isso as coisas tomam proporções maiores, além do que se pode imaginar, principalmente para quem não entende bem como funciona a economia do município.

Empresário
Outro empresário preocupado com um possível colapso na economia é Dlon Gomes, proprietário da panificadora João Novo. ?O mês de julho foi fraco. Todos os comerciantes sabem que agosto é ainda mais fraco. Esperamos que esse ano não seja tão fraco, como ocorreu em anos anteriores. Não procurei fazer compromissos, por motivo de saber que agosto é ruim?, enfatiza. Dlon Gomes também verifica a baixa movimentação no comércio. Segundo ele, de janeiro até julho, a queda no movimento foi mais de 50% nos comércios pertencentes à família.

O empresário atribui o problema da queda, devido a Prefeitura ter dispensado muitos funcionários e gerou um grande índice de desemprego de pais de família. ?Essa crise não é do daqui de Parintins, mas no mundo inteiro e no Brasil todo?, acrescenta. Dlon Gomes enfatiza que Parintins enfrenta os mesmos problemas de outros centros urbanos como, por exemplo, Manaus ou qualquer outro município polo do Brasil.

Conforme o empresário, o problema se acentuou depois do surgimento de financeiras, com facilidades de empréstimos, o dinheiro também deixou de circular na praça comercial de Parintins. Com isso, servidores do Estado, aposentados, pensionistas e funcionários públicos do município optaram pela facilidade.

Dlon Gomes tem ciência de quando a cidade tem canteiro de obras pelos quatro cantos são gerados empregos temporários e melhora a situação do comércio. ?Todo mundo espera passar agosto, porque é considerado mês de aperreio?, acentua. Parintins tem economia estável, amparada em repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e convênios do Governo do Estado ao Federal. No mês de agosto, a arrecadação federal de impostos cai, e, consequentemente, diminui o repasse do FPM para os municípios no país.

Apesar de uma iminente recessão financeira em Parintins, em agosto, o comércio vive a expectativa do investimento na ordem de aproximadamente R$ 300 milhões para o segundo semestre, anunciado pelo Governo do Estado, há um mês, durante o período do Festival Folclórico. Também devem ser retomadas as obras de construção da orla na Lagoa da Francesa, bairros Paulo Corrêa e União, além da parte frontal da cidade.
Será construído um centro de convivência e terá andamento as obras da quadra da Escola Municipal ?Luz do Saber?, no bairro Itaúna II, quadra da Escola João Lauro na comunidade Bom Socorro do Zé Açu e Escola Tsukasa Uetsuka. Os investimentos devem gerar mais de 300 empregos temporários, por conta da demanda de mão-de-obra.   

Gerlean Brasil
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