Família desmente farsa do sangue

Notícia do dia 22/07/2013 A família de Francisco Ferreira da Silva, sepultado há 13 anos e encontrado com o corpo intacto no cemitério da comunidade São Benedito, no Paraná do Aduacá, desmente a versão da existência de sangue. O agricultor Paulo das Chagas Barros escavou o túmulo para enterrar o sogro, Alfredo Tavares da Silva, de 85 anos, e atestou que em nenhum momento saiu sangue do corpo intacto do menino enterrado no cemitério.

?A gente cavou e retirou a terra. Quando chegou próximo, a tampa do caixão arriou toda, mas a terra não cedeu em cima do cadáver. Estava perfeitinha a pele e a cabeça. O cabelo caiu até determinada parte. A pele só fez secar sobre o corpo. Não sangrou. Ficou vermelho o couro da cabeça e do crânio. Quando raspávamos a terra com enxada e pegou na cabeça, mas não saiu sangue?, relata.

O fato ocorreu no dia sete de julho, no momento em que Paulo Barros fazia a cova para enterrar o sogro. Ao se deparar com o corpo intacto, ele chamou a família para verificar a situação.

Cuidados
Houve a colocação de plástico em cima do cadáver para proteger de uma possível caída de terra, além do sol quente. ?Íamos tentar tirar com todo o caixão. O caixão deslocou um braço e paramos. O pai foi sepultado em cima dele?, conta.

Antes de morrer, Alfredo da Silva pediu que fosse enterrado no túmulo onde o filho de 13 anos havia sido sepultado. A filha de Alfredo, Alcivane Ferreira da Silva, confirmou que o cunhado ao abrir a cova, encontrou o corpo do irmão intacto, sem sangue. ?A vala apareceu por baixo do buraco. Continuaram a escavação e outro observou o corpo. A tampa do caixão já não existia, mas havia apenas uns dois pedaços da tábua. Esses pedaços protegeram o corpo da terra?, acrescenta.

Ela afirmou ser boato a existência de marcas de sangue e sustentou a versão dada pelo cunhado em relação à cabeça que se encontrava vermelha e confirma que mais de 50 pessoas observaram o caso, durante o enterro. Após repercussão do caso, na manhã de quinta, 18, o comandante da 3ª Companhia Independente de Bombeiro Militar, Tenente Ricardo Rocha, e o técnico em necropsia, Benedito Pimentel, seguiram até comunidade.

Por não haver autorização judicial, eles não conseguiram desenterrar o corpo. Ainda quinta-feira, acompanhados pela mãe de Francisco, Maria Ferreira da Silva, Rocha e Benedito se deslocaram para a cidade de Nhamundá, na tentativa de liberação da justiça. A magistrada do município de Nhamundá, Vanessa Leite Mota, não concedeu autorização e orientou Maria a procurar um advogado para iniciar o processo, pois a exumação do cadáver só pode ser feita após liberação judicial.

Fenômeno
A Sagrada Escritura diz sobre o homem: ...porque és pó, e em pó te hás de tornar (Gênesis 3, 19). Além de lembrar ao homem sua condição perecível e transitória, recorda a aniquilação física, a decomposição do organismo, após a morte.Esta realidade é constatada universalmente e tem algumas exceções, embora raríssimas, de não decomposição física. Exceção esta conhecida pelo nome de incorrupção que pode ser um das justificativas para o caso do menino Francisco Ferreira da Silva.

A incorrupção é a preservação do corpo humano da deteriorização que comumente afeta todo organismo poucos dias, após a morte. Também é resultado de cadáveres enterrados em terreno seco, quente e arejado. O cadáver sofre uma desidratação rápida e intensa. O corpo não entra em decomposição, pois a fauna cadavérica não resiste. A pele do cadáver fica com aspectos de couro.

Gerlean Brasil
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