Outro grupo de cerca de 50 famílias também invadiu nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 22, uma área de terras ao lado da construção das casas populares do programa de moradia do Governo Federal em parceria com a Prefeitura Municipal, localizado no bairro Pascal Alaggio. Os novos invasores chegaram a se apossar inclusive de uma área onde estão construídos apenas os alicerces das futuras casas que serão doadas para família de baixa renda.
Ontem à noite um grupo de 46 famílias ?sem teto? ocupou no início da noite as 46 casas populares inacabadas, localizadas no bairro Pascal Alaggio, do programa do Ministério das Cidades. Mesmo sem água e sem energia elétrica nas construções, as famílias levaram para dentro das casas camas, redes e todos os pertences.
Na nova ocupação as pessoas com inchadas, terçados começam a armar os barracos com lonas e palhas. Muitos levaram toda a família e até as crianças. O programa de doação de 161 casas populares para famílias de baixa renda iniciou na administração do então prefeito Bi Garcia (PSDB) e do vice Messias Cursino (PDT) e não foi concluído no tempo estipulado no cronograma das obras. Outras 161 também estavam sendo construídas de forma pulverizadas nos bairros, no programa de substituição de moradias.
Até o fechamento desta matéria, por volta das 9h, nenhuma autoridade do município e nem uma guarnição da Polícia Militar haviam aparecidos no local para negociar a retirada do ocupantes da área. De acordo com a senhora Francisca de Souza Martins, 61 anos, que mora de aluguel no bairro Itaúna II e permanece no terreno desde as primeiras horas do dia, o que vela a tentar um pedaço de terra para edificar uma moradia digna é a necessidade de um teto para morar.
Dona Francisca lamenta que até o momento nem o prefeito tenha aparecido para dar uma esperança para essas pessoas. ?Ele que prometeu na campanha que a gente ai ganhar casa e se ganhasse e a até agora não apareceu?, lastimou a aposentada. Segundo informações das pessoas que estão limpando os terrenos, quem esteve conversando pela manhã com os ocupantes foi o empresário Pedro Esteves que é proprietário das terras. ?Seu Pedro disse que a terra é dele e que a Prefeitura não pagou, mas não temos pra onde ir?, afirma dona Francisca Martins.
De acordo com as últimas informações, o secretário
municipal de Terras, Cadastros e Arrecadação, Flávio Cardoso, havia assegurado
que todo um levantamento das famílias será feito para a confecção de um
cadastro e saber quais famílias realmente necessitam de moradia. O comandante
da Polícia Militar em Parintins, major Valadares Júnior, esteve ontem no local
a tranqüilizou os ocupantes das casas que se houver a necessidade de remoção
por meio de ordem judicial tudo será feito dentro da maior tranqüilidade, sem
causar maiores transtornos.
Texto: Marcondes Maciel
