A tentativa do Governo Federal e seus aparelhos estudantis e sindicais de dar uma resposta às grandiosas manifestações dos últimos
dias, só serviu para confirmar duas coisas que só eles insistem em não
enxergar: a primeira constatação é de que eles não entenderam nada do
que foi dito nas ruas e a segunda é que eles não têm hoje qualquer
representatividade perante o povo brasileiro.
Em
junho, mobilizados apenas pelas redes sociais, sem o apoio da grande
mídia e sem os ônibus e militantes pagos pelas centrais sindicais,
milhões de brasileiros foram às ruas e, questionando o aparelhamento das
entidades sindicais e estudantis, exigiram uma refundação da política,
com um resgate dos valores republicanos e democráticos.
A reação de setores da esquerda brasileira foi a pior possível.
Quando
se esperava uma postura de humildade e aprendizado geradora de um
compromisso efetivo com a democratização dos espaços políticos
(institucionais, sindicais, estudantis e comunitários) e com a
efetivação de uma agenda de austeridade e transparência nos Poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário), preferiram um oportunista
plebiscito para uma reforma política pautada no tripé: financiamento
público de campanha, voto distrital e voto em lista.
Não
satisfeitos, resolveram reagir e enfrentar os movimentos espontâneos do
povo brasileiro com o poderio mobilizador de partidos, centrais
sindicais e entidades estudantis. Deram com os burros na água. Nas ruas
onde passaram milhões em junho passaram uns gatos pingados agora em
julho. O povo que se sentiu representado por aqueles jovens de cara
pintada e cartazes nas mãos em junho, ignorou os arcaicos ?líderes?
sindicais e estudantis.
O que era pra ser uma
demonstração de força, virou a marcha fúnebre do movimento sindical e
estudantil brasileiro, carregando no caixão o aparelhamento das
entidades e até o banditismo que tomou de assalto boa parte do movimento
sindical brasileiro.
O povo brasileiro disse em alto e bom som aos que se autoproclamam líderes sindicais e estudantis: vocês não me representam!
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