Muitas são as contradições no Estado do Amazonas. Os números mostram que de 1991 pra cá nosso Estado enriqueceu muito, chegando em 2013 com uma receita que ultrapassará R$ 13 bilhões, e que, no mesmo período, caímos da 14a posição para a 18ª no ranking do IDH dos Estados, atrás de outros muito mais pobres, como Roraima, Rondônia e Amapá.
No IDH-Educação, os números mostram que o Amazonas não tem nenhuma cidade entre as 50 melhores do país, mas tem 11 entre as 50 piores (Envira, Maraã, Beruri, Japurá, Jutaí, Santa Isabel do Rio Negro, Pauini, Barcelos, Ipixuna, Itamarati e Atalaia do Norte). Ou seja, o Amazonas tem 22% das 50 piores cidades em educação do país.
No ranking somos o 20º Estado, mais uma vez atrás de Roraima, Rondônia e Amapá.
Os ridículos números da educação no Estado refletem uma política educacional equivocada que privilegiou grandes obras em detrimento da valorização salarial das carreiras do magistério, da necessária qualificação e atualização de professores, de um programa de formação de quadros para gestão educacional e de investimentos na formação de professores em áreas deficientes (matemática, física e química, por exemplo).
Não há déficit de vagas, é verdade. Mas há graves problemas de evasão escolar e de qualidade na formação, este último, conseqüência de decisões que forjam números, com aprovações sem critérios, apenas para manipular índices educacionais.
A construção de um novo Amazonas exige a construção de alicerces para a nova escola. Uma escola capaz de forjar cidadãos capacitados nos conteúdos formais e também capazes de uma reflexão crítica sobre a sua realidade histórica, social e política. Capaz não só de repetir conceitos, mas também de elaborar novos conceitos.
A hora de definir novas
prioridades e novos paradigmas para a Educação no Amazonas é agora! Ou vamos
esperar a publicação do novo IDH-M daqui a 10 anos para lamentar a repetição de
velhos equívocos?