Imagens de vítimas de acidente postadas na internet podem resultar em processo judicial

Notícia do dia 28/10/2013

O uso indevido da imagem de Maria do Socorro Souza da Silva, 30 anos, vítima do acidente de trânsito no cruzamento das ruas Romualdo Corrêa com Dom Arcângelo Cerqua, no bairro Itaúna II, pode ser objeto de investigação da Polícia Civil. Tudo devido à fotografia retirada durante exame de necropsia para composição de laudo médico ter sido publicada nas redes sociais poucas horas depois da tragédia.

A imagem repercutiu rapidamente na internet e despertou a curiosidade das pessoas em saber como ficou o corpo, após ser arrastado pela caçamba conduzida motorista da NV Construtora, Luiz Carlos Souza da Silva, 46 anos. O técnico em necropsia Afrânio de Jesus disse que a foto não foi publicada pelos servidores da Regional de Medicina Legal e sim por ação de terceiros que tiveram acesso às imagens oficiais.

Na imagem postada nas redes sociais, o corpo de Maria de Socorro aparece dilacerado pela violência do acidente. ?É um absurdo  postarem fotos de pessoas que estão nessa situação nas redes sociais. Deve ser matéria de investigação para punição do autor. Outro fato é o acumulo de pessoas em frente à Sala da Regional de Medicina Legal por pura curiosidade em querer olhar quando os corpos chegam?, afirma Afrânio de Jesus.

De acordo com o técnico em necropsia, os profissionais da Regional de Medicina Legal todo tempo solicitam apoio da Polícia Militar para afastar os curiosos. ?Algumas fotos foram feitas por mim e repassadas para a polícia. Agora não sei como parou nas redes sociais pelo menos uma das fotos. É uma foto oficial de composição do laudo médico. Ela acabou caindo nas redes sociais, não por minha culpa. Alguém captou a mesma imagem?, explica.

Ao tomar conhecimento do acidente com a mulher grávida, o juiz de direito Áldrin Henrique de Castro Rodrigues manifestou indignação e alertou quem faz a prática de postar imagem de vítimas nas redes sociais. ?Duas situações eu preciso registrar. A primeira é lamentar essa morte que poderia ter sido evitado se houvesse mais educação no trânsito?, pontuou Áldrin Henrique de Castro Rodrigues.

O juiz diz que é ridículo as pessoas utilizarem as fotos para postarem em perfis em rede social, sem se preocupar com a dor dos familiares e exposição das vitimas. ?Infelizmente acontece em Parintins. Bastam alguns segundos e as fotos passam de mão em mão. Depois ninguém sabe o motivo das condenações nas ações de reparação por danos morais. Respeito é bom e todo mundo gosta. Fica a minha solidariedade aos familiares das vítimas?, concluiu.

     

 

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