O representante do Sindicato dos Bancários do Amazonas, em Parintins, Walter Ferreira, destaca que os bancos produzem uma imensa riqueza, com enormes lucros. ?Na hora que precisamos de aumento temos de fazer greve para sensibilizar nossos patrões, o Governo Federal e os banqueiros?, destaca. Deflagra-se greve quando foge todas as possibilidades da conversação. O representante sindical enfatiza o amparo da paralisação na Lei 7.783 de 28 de junho de 1989. O movimento rejeita as metas abusivas cobradas, elaboradas por grandes executivos. Com isso, os bancários estendem os expedientes.
?Quem ganha comissão na realidade são os patrões. Tenho certeza que tem gerente que leva trabalho para casa, porque as metas são abusivas e não temos como cumprir. Quando se cumpre, quem recebe a comissão milionária são os executivos que estão lá em Brasília, bacana, e nos matamos aqui na ponta, por mixaria. Essa que é a verdade?, explica Walter Ferreira. Na quinta-feira, mais de seis mil agências já tinham entrado em greve. Funcionários do Banco do Brasil ficaram de reunir para manifestar posicionamento. ?Greve é uma coisa muita particular. Tem de ser feita conforme aquela responsabilidade dentro do quadro social da cidade. Nós aderimos à greve em solidariedade aos nossos colegas do Brasil?, acrescenta o representante.
Reflexos da greve
A doméstica aposentada por invalidez, Ana Pereira, 55, procurou agência da Caixa Econômica em Parintins para fazer a prova de vida do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e entendeu o motivo da paralisação. ?É justa essa causa por melhores condições para mais tarde termos acesso a serviços com mais qualidade e humanização nos atendimentos?, comentou. ?Eles têm família. Necessitam de melhores condições de trabalho e salário até pela questão da dignidade humana. É totalmente fundamentado e legítimo o movimento.
Infelizmente a população sente os efeitos. Sou totalmente a favor do movimento e torço para que os grevistas alcancem a justiça, quanto aos pedidos e demandas?, avaliou Gerson Teixeira Cardoso Filho. O comerciante Camilo Macedo Lopes, 48, veio de Manaus para resolver problemas sobre o PIS até dia 20 na Caixa Econômica e foi surpreendido pela paralisação da agência. Ele disse nunca ter passado por uma situação dessas. ?E agora como vai ser? Vou ter que voltar novamente. Eu tinha que transferir dinheiro e só é feito aqui pelo gerente, internamente?, lamentou Camilo Lopes.
Os clientes da zona rural sem cartão magnético, tanto do Programa Bolsa Família, quanto dos aposentados, são orientandos a não se deslocarem à sede do município porque os caixas dentro das agências deixam de funcionar no período de greve. Só estão em funcionamento os caixas eletrônicos de autoatendimento, caixa aqui e casas lotéricas.
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