Uma das residências afetadas pela enchente na Rua Coronel Barreto Batista é a da doméstica Rosa Silva, 52. Ela evidencia que ?toda vez que chove a gente é penalizado. Com a chegada da cheia, a situação se agravou. Se a rua fosse aterrada, resolveria o problema. Carros passam em alta velocidade?. A maior preocupação é relacionada às crianças. ?À noite não podemos nem sair de casa para comprar alguma coisa no comércio?, enfatiza Rosa.
O pescador João Batista de Souza, 52, morador da mesma rua, destaca que todos os anos os moradores convivem com as alagações. ?Na rua às vezes falha, mas nos quintais é frequente as alagações?, explica. Entre os problemas enfrentados pelos moradores está a inviabilidade de acesso aos banheiros instalados nos quintais das residências. ?Minha mãe está doente. Ela toma banho na cadeira de rodas, pois não tem mais condições de levar ao banheiro, porque a ponte está submersa?, relata.
Nível
No último dia 8 de maio, o nível da enchente registrado na régua fluviométrica instalada no Porto da Cidade Garantido apontava 8 metros e 58 centímetros. O nível da subida das águas se mantinha equilibrado, pois a média se concentrava entre 2 e 2,30 centímetros ao dia. Com a acentuação das chuvas sobre a região, a média subiu para 4 centímetros ao dia. Desde o início do ano, a Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec) executa ações de prevenção.
A Comdec conclui a fase de cadastramento das pessoas atingidas pela cheia nas áreas de risco, 43 comunidades rurais na área de várzea e 49 na zona urbana, no Sistema Nacional de Desastres da Defesa Civil. O coordenador da Comdec, Suammy Patrocínio, destaca a construção de mais de 200 metros de pontes e levantamento de dados das ações já feitas como a ação de limpeza no Beco Submarino, no Bairro Francesa, além da Lagoa Azul, no bairro Itaúna II.
O coordenador da Defesa Civil do Estado no Baixo Amazonas, Tenente Wilson Silva, acompanha os trabalhos da Comdec. ?É claro e evidente que as pessoas residentes em áreas sujeitas a alagações devem redobrar os cuidados de prevenção, principalmente em relação às crianças. Os menores não devem entrar em contato com a água para evitar doenças e ataques de animais, típicos desse período?, adverte o coordenador estadual.
Gerlean Brasil
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