Entulho compromete estrutura da balsa do porto de Parintins

Notícia do dia 11/03/2013 A grande quantidade de material orgânico, composto de capim, árvores e outros materiais acumulados ao redor do terminal hidroviário de Parintins pode comprometer sua estrutura, a exemplo do que aconteceu com uma obra desse porte na cidade de Humaitá, no rio Madeira, quando desabou, em abril de 2010, por força da correnteza. O lixo aquático proveniente de todos os afluentes do rio Amazonas se desprende de suas margens diariamente é trazido pela correnteza formando uma floresta morta sobre as águas em frente a cidade de Parintins.

Apesar de toda a estrutura do terminal hidroviário estar interligado a sistema de amarras, presas à poitas, (blocos de concreto com 72 toneladas), fundeadas no rio, torna um risco constante de desabamento. Todo o sistema é feito por meio de controle de molinetes, que são máquinas que acionam conforme o nível das águas.

A cena se repete todos os anos e as empresas contratadas para fazer o serviço não conseguem eliminar o material que se acumula a cada minuto. Toda essa quantidade de material orgânico tem dado dor de cabeça para as autoridades, donos de embarcações e a população beneficiária dos serviços.

Gutomar
De acordo com a supervisora de operações da Ahimoc - Administrações das Hidrovias da Amazônia Ocidental, Gildeth Prado, a empresa parintinense Gutomar foi contratada para fazer a retirada do material que se acumula ao lado da balsa e da ponte.

A empresa terceirizada conta com o apoio de uma embarcação tipo rebocador, duas rabetas e uma equipe de trabalho com dez homens. Com auxílio de uma corda amarrada à embarcação, os troncos de árvores são arrastados rio abaixo. Parte da equipe tenta impedir que os trocos de madeira e material orgânico que descem o rio Amazonas, em frente ao Mercado Central, se aproximem da balsa. Porém o trabalho tem sido em vão, os dois homens não conseguem vencer a grande quantidade de lixo aquático.

Prejuízo
Gildeth explica que, pra piorar, a enchente do rio foi mais cedo em relação ao ano passado e a descida desse material se torna constante, também com uma quantidade maior do que em 2012. ?Temos que manter essa remoção constante para que não haja um esforço adicional sobre a estrutura da ponte?, comenta.

Na semana passada, em virtude da grande quantidade de entulho a empresa foi obrigada a utilizar uma balsa e uma retroescavadeira. ?A área ficou completamente limpa no final da tarde, mas ao amanhecer foi como se não tivéssemos feito nada. Enquanto fazíamos a retirada da bolsa observamos o quanto de material descia o rio Amazonas?, completa.

O problema só será resolvido em abril do próximo ano, com a vinda de uma ponte que possui as treliças invertidas. O assunto tramita no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O porto de Parintins é classificado como Instalação Portuária Pública de Pequeno Porto (IP-4). De acordo com uma resolução da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), órgão regulador e fiscalizador e que trata também da concessão de autorização para a exploração dos portos  prevê que o porto atenda a demanda de passageiros de cargas ou ambas.   

Neudson Corrêa
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