Ministério Público investiga mortes no hospital Jofre Cohen

Notícia do dia 26/02/2013
O Ministério Público do Estado (MPE), Comarca de Parintins, vai acionar o Conselho Estadual de Saúde (CES) e o Conselho Regional Medicina (CRM) para apurar a denuncias de negligências médicas e mortes nos hospitais de Parintins, principalmente no Jofre Cohen. De acordo com o promotor de Justiça, André Seffair Belota, os casos ainda não chegaram oficialmente à Promotoria Pública e que teve conhecimento por meio da imprensa local, porém as medidas preliminares serão tomadas para apurar. ?É responsabilidade do Estado em manter um serviço médico de qualidade. Não podemos admitir que uma cidade como Parintins tenha um tratamento diferencia da capital, porque não existe segunda classe de cidadão, todos tem o mesmo direito indistintamente?, ressaltou Seffair.

Morte na hora do parto

A morte de uma criança na hora do nascimento, no final de sexta-feira, 21, no Hospital Jofre Cohen, revoltou familiares da professora Joelma Carvalho Farias, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município. A professora foi encaminhada ao hospital para a realização de parto cesariana, tendo em vista não oferecer condições físicas para o parto normal, conforme constatado pela médica que orientou o seu pré-natal.

Joelma Carvalho Farias deu entrada no hospital ontem de manhã. Irmãos da professora, que acompanharam os fatos, acusam o médico e uma enfermeira de negligenciarem a situação pondo em risco as vidas da mãe e do bebê. As consequências recaíram sobre a criança. O laudo indica a morte dez minutos após o nascimento, mas os familiares da professora contestam, afirmando que a criança nasceu morta, por conta da demora e resistência em realizar a cirurgia cesariana.

Outras mortes

Um irmão de Joelma informou que servidores do hospital disseram que nos últimos quatro dias três crianças e uma parturiente foram a óbito naquele hospital. A revolta dos familiares está no fato do encaminhamento para a Cesária ter sido ignorado pelos plantonistas. ?O médico disse que não era cirurgia e que era infecção urinária que ela tinha. Uma enfermeira disse que ela tinha que ter o filho normal, seja por cima seja por baixo, pois quem mandava no hospital eram eles?, contou um tio da professora.

Há informações de que nos últimos quatro dias três crianças e uma parturiente morreram naquele hospital. A reportagem tentou contatos com secretária municipal de saúde, Maria do Desterro, mas esta se encontra em viagem para Brasília.

Texto: Marcondes Maciel

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