Manaus - A Escola de Samba Mocidade Independente da Aparecida conquistou o título do Grupo Especial do Carnaval 2013 em Manaus. A Aparecida liderou toda a apuração de notas, no início da tarde desta segunda-feira (11), no Sambódromo. Foi a 19ª conquista da história da agremiação.
"Sabia que daria espetáculo. Estão todos convidados para a festa", comemorou Luiz Pacheco, presidente da Aparecida.
Com 3.500 componentes, a agremiação trouxe para a avenida o enredo ?Nhamundá: Uma Viagem Pelo Rio das Ykamiabas?, que contou a história da expedição feita pelo navegador espanhol Francisco Orellana em busca do Eldorado, que seria o município amazonense de Nhamundá, a 380 quilômetros de Manaus, com cerca de 18 mil habitantes.
O carnavalesco Saulo Borges, muito emocionado, dedicou o desfile para a sobrinha dele, Thalia, de nove anos, que seria destaque, mas teve um pequeno acidente e não pode desfilar.
O desfile
No desfile, a história de Orellana foi narrada pelo Frei Gaspar de Cavajal. Dividida em setores, a Aparecida iniciou seu desfile com a chegada dos europeus no Brasil e principalmente na Amazônia, com expedições feitas por navegadores portugueses e espanhóis, que vieram em direção ao Amazonas em busca da terra prometida, o Eldorado.
A comissão de frente mostrou a origem do nome do Rio Nhamundá, que posteriormente deu nome a cidade.
A primeira ala, das Baianas, contou o sonho da coroa espanhola com o novo mundo. O carro abre-alas trouxe as histórias da corte e foi seguido pelas alas que trouxeram para o sambódromo a história da expedição, desde a saída de Quito, no Peru, até chegar no Amazonas, no Eldorado, representado pela bateria da escola e seus 256 ritmistas.
Para surpreender, a Aparecida apostou no movimento das alegorias. O carro abre-alas vinha com uma águia na frente e, com o auxílio de uma pessoa no chão puxando cabos, ela se movimentava, assim como duas cobras logo na frente, chamando atenção do público. A presença mais conhecida no carro era de Tony Medeiros, deputado estadual e Amo do Boi-Bumbá Garantido, que já escreveu canções para o bumbá sobre a expedição de Orellana.
Após o abre-alas, a bateria entrou dando show, literalmente, com direito a paradinha em frente aos jurados. Além do ritmo, a bateria surgiu com uma coreografia, representando o Eldorado.
O segundo carro entrou representando a ganância sobre as águas, em alusão à expedição de Francisco Orellana.
Logo após, veio o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeiras representando o encontro do europeu com o índio. O mestre-sala vinha como Francisco Orellana, enquanto a porta-bandeira surgiu como Conori, a rainha das Amazonas.
No terceiro carro, batizado de O Reino de Conori, a Aparecida explorou a presença de casais indígenas em bailado coreografado, além de trazer, em seguida, um casal mirim de mestre-sala e porta-bandeira e uma ala infantil representando a pesca do tucunaré.
Uma ala coreografada apresentou o drama dos indígenas escravizados pelos exploradores. Outra representou a lenda das Ykamiabas, mais conhecidas como as índias guerreiras, as Amazonas.
Na metade do desfile, a escola trouxe um pouco da cultura da cidade de Nhamundá, como a pesca esportiva do tucunaré, lendas e mitos.
No final da apresentação, a Aparecida enfrentou problemas, mas conseguiu encerrar o desfile dentro do tempo estabelecido. Um carro precisou ser guinchado e, faltando treze minutos para encerrar o desfile, ainda faltavam dois carros para entrar na avenida. A escola encontrou muitas dificuldades para colocar os carros para desfilar e a tensão tomou conta dos integrantes. A baiana mais antiga, Maria de Nazaré, passou mal e precisou ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros, sendo encaminhada, em seguida, ao SPA do Alvorada.
Via D24am.com